quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

7° TENTATIVA SOBRE O MANDATO

Em dois anos e dois meses, Prefeita de Angra/RJ, Conceição Rabha (PT), e seu vice, Leandro Silva (PDT), enfrentam pela sétima vez uma tentativa de seus adversários de tomar-lhes o mandato. Não me recordo na história política local um histórico com tamanha fricção opositora.

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Os seis primeiros processos foram judiciais, impetrados na Justiça Eleitoral pela Coligação adversária, sob liderança do PMDB de Fernando Jordão, deputado federal eleito, sendo: TV-Com; Jornal A Voz da Cidade; Propaganda do Bolsa Família; Desincompatibilização (sendo duas ações neste caso); e Ônibus da Eletronuclear.
Em 16/07/13, publiquei. Acesse -aqui-. 

A sétima tentativa não é judicial, é política. Com o protocolo de abertura para um processo de impeachment na Câmara Municipal,  pela oposição, alguns vereadores tentam manter o Governo contra as cordas. A seara é outra. O Poder Legislativo também está sujeito às leis, às regras, mas, fundamentalmente, o escrutínio a que será submetido a matéria é de decisão política, logo, não necessariamente obedece a critérios mais técnicos como na Justiça. Mas, a maioria dos vereadores já declarou-se publicamente contrário ao impeachment.

Até mesmo o Presidente da Câmara, vereador Marco Aurélio, que é quem seria o beneficiado direto na sucessão numa eventual aprovação, se pôs contrário a medida. A oposição sabe fazer conta e já concluiu que não leva, mas parece disposta a constranger os pares. As assinaturas recolhidas nas ruas e que não tem qualquer valor jurídico ao que se propõe, é o instrumento pelo qual cinco quer pressionar oito. 

Mas, toda ação gera uma reação. A primeira fatura desse desgaste provocado foi a votação para a escolha da composição das Comissões Permanentes da Casa. Outros embates virão, isso é certo, porque se há quem ataque, haverá quem defenda. Opositor se opõe; governista faz a contenção. É do jogo. Mas, no alvo desses opositores não está só o Governo, já que para chegar lá é preciso vencer a base de sustentação parlamentar, e isso provoca ranhuras, abalroamento e intrigas internas. Discursos à parte, a matéria vai a voto.

Conceição e Leandro operam um Governo que não alcançou ainda seu melhor momento, está devendo muito à sociedade. Nessa conta: a dificuldade de encontrar a equipe certa, a hesitação na tomada de certas decisões, mas, também problemas de ordem financeira e conjuntural. Não se rompe com um ciclo de 12 anos de um outro grupo no poder de uma noite para outra. Mas, eles já estão na segunda metade do mandato, 26/48, e, não bastasse as dificuldades à serem superadas na gestão para que se promova as mudanças prometidas, há a sétima tentativa de seus adversários de tirá-los do mandato. 

O debate político está à mesa. Sirvam-se.


PS) Eu quero crer que as denúncias anunciadas no perfil do vereador José Antonio, como sendo as que foram protocoladas na Câmara, sejam as mesmas a que ele se referiu em vídeos passados para ir às ruas apanhar assinaturas de populares para pressionar os seus pares pelo impeachment da prefeita e de sue vice. 

Se não for o caso, terá sido duas possíveis manobras: Uma seria em relação aos vereadores da base, com estratégia que confunda a presidência da Casa na condução dos trabalhos e que sirva à confusão de versões e interpretações; e outra seria sobre a população, que creu na investida pelo impeachment e não numa outra manobra regimental qualquer da oposição sem essa finalidade específica.
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21h30min.    -     adelsonpimenta@ig.com.br

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