sexta-feira, 6 de março de 2015

PINTANDO O 7

O deputado federal Fernando Jordão (PMDB/RJ) fez contato - por telefone. Sua assessoria jurídica também. Falaram sobre as novidades de seu processo eleitoral, do qual havia um voto monocrático do TSE em seu favor. O caso é sobre a denúncia da Coligação adversária, liderada pelo PT, que alegava o candidato teria se beneficiado pelas matérias do semanário angrense 'A Cidade'. 

O PT alegava certo dirigismo jornalístico, abuso por parte do candidato e infração eleitoral sobre o caso. O TRE havia condenado Fernando, que concorreu na última eleição sob liminar judicial. O PT recorreu ao TSE, onde ofereceu recurso também contra o voto monocrático. Por unanimidade, Fernando foi absolvido. Está elegível. 

Um outro processo que está em sua cola é o conhecido 'Caso do Provetá', que se refere a denúncia eleitoral também. Em Angra não houve provimento à denúncia, e o caso se desdobra em Brasília. Sua defesa se diz confiante também neste processo. 

Fernando obtém uma vitória ao mesmo tempo que Conceição também. No TSE, o deputado peemedebista teve os 7 dos votos possíveis - e foi absolvido da acusação de crime eleitoral. No Legislativo angrense, a prefeita petista teve 7 dos 13 votos possíveis no ato, e derrubou a denúncia que pedia o seu impeachment, que foi a 7° tentativa contra seu mandato.


Opinião
Para o PT não creio haver frustrações. Fernando entrou com ações contra o partido, e recebeu o mesmo tratamento, e daí por diante é conversa de advogados que se revezam nas páginas dos autos e em defesas orais nos julgamentos. É claro que Fernando queria a cassação do diploma da prefeita Conceição Rabha (PT) e de seu vice Leandro Silva (PDT). Mas, é verdade também que os dois queriam Fernando e Aurélio Marques (PR) inelegíveis. É a judicialização da eleição.

Ao PT - que tem o comando da máquina, importa mais fazer-se grande na administração municipal, encurtar espaços entre o Governo e a sociedade, investir e ter aprovação de uma parcela significativa da população. Se vai conseguir ou não é outra história, que só as urnas dirão. Não se escolhe adversário, por mais que se consiga tabular estratégias para alinhar partidos e fechar portas, sempre haverá - e que bom, oponentes. É que Fernando não é um adversário qualquer, nem se impõe, já que seu nome é lembrado naturalmente. 

A absolvição de Fernando, em meu entendimento, é uma dor que perturba muito mais a cabeça da bancada de oposição na Câmara Municipal que ao próprio Fernando, já que o vereador José Antonio, ainda que seja só para tentar se cacifar eleitoralmente, não esconde o desejo pela disputa de candidato a prefeito. A equação, todavia, não fecha assim tão fácil, porque não basta querer. Expulso do PCdoB, alimenta boatos de parceria com Essiomar Gomes (PP) e sobre seu possível ingresso no PR. 

Mas por lá tem Aurélio, que é aliado de Garotinho. Por lá tem o vereador Claudinho, bom de voto, melhor até que o José Antonio, e que não seguiu o ex-comunista em suas manobras políticas dos últimos dias. Tem também o vereador Sargento Thimóteo, mas contar com seu apoio de antemão para uma disputa dessa natureza é algo sem certificado de garantia. O PSB também estaria em sua alça de mira, segundo o jornalista Jesiel Ferreira.

Portanto, Fernando Jordão, que me disse que assistiria de camarote o pedido de impeachment da Prefeita - enquanto seus assessores davam eco às estratégias da oposição, percorre um caminho mais institucional - o de compor as Comissões de Minas e Energia, e a de Transportes, na Câmara dos Deputados; voltará a colocar peso sobre sua proposta de royalties para a energia nuclear, e, é claro, a fazer barulho com as emendas que tem direcionado ao Município. 

Ele trilha um caminho de construção política para uma eventual candidatura ao Poder Executivo Municipal, que sabe que assume saber que não será uma disputa fácil, bem diferente da que seu ex-aliado, mas ainda amigo (como me disse o próprio vereador José Antonio) tem feito. O que ambos querem, converge. Como fazem para viabilizar, diverge. 

Conceição já sabe que, se quiser disputar a reeleição, terá que enfrentar seu velho oponente Fernando Jordão. Há ambos, todavia, a estratégia também é diferente. Ao PT não creio que interesse a polarização, e por isso a recusa de ofertas de gente que quis pedir o impeachment de vereadores da oposição também. Ao PMDB, salvo melhor leitura, a disputa ele X ela seria a mais interessante. Mas, para José Antonio - e os que ainda lhe seguirão doravante com foco eleitoral, o espaço deve ser o de uma terceira força na disputa. Mas, se não colar, aliam-se. E, neste caso, também seria outra história.

Fora desse radar mais conhecido e cheio de publicidade, todavia, há outros nomes, outros grupos políticos se formando e novidades poderão ser apresentadas no tempo que estes considerarem oportuno. Como diria o ex-jogador de futebol Garrincha, não importa o que cada um faça, é preciso combinar com o povo. 

A eleição de 2016, que está antecipada e muito, ganha mais emoção agora.
É o jogo
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14h30min.    -     adelsonpimenta@ig.com.br

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