Pra mim nenhuma novidade que mais uma importante Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) termine com profundas divergências entre o seu presidente e o relator, e mais- o costumeiro voto em separado de uma parcela de deputados que não concordam com isso e com aquilo. Na verdade, a meu ver, a CPI começa a ser um mau negócio político para os parlamentares, pois mesmo tendo ampla cobertura midiática -o que dá o sonhado holofote- ao terminar rachada, só faz é desgastar a imagem desse poderoso instrumento que é a CPI, assim como a dos deputados junto a opinião pública. Só para citar um exemplo mais atual, na CPI dos Grampos, o seu relator, o deputado Nelson Pelegrino, não cita o delegado da Polícia Federal- Protógenes Queiróz, nem o diretor da Abin- Paulo Lacerda, nem o banqueiro do banco Opportunity- Daniel Dantas. Foi quase um ano e meio de trabalho e os principais personagens desse enredo , os que mais tiveram os nomes citados e envolvidos nessa polêmica dos grampos, simplesmente não constam no relatório final, apresentado pelo relator. E o pior de tudo isso, é que uma CPI consome recursos volumosos que saem dos mesmos bolsos que pagam as passagens aéreas para amantes, papagaio, enfim. A coisa está descambando para um nível onde nem isso consegue mais surpreender e indignar o cidadão brasileiro.
24/04/09
09h12min.
adelsonpimenta@ig.com.br
programadeopiniao.blogspot.com
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