A minha rouquidão é incurável no que tange as incontáveis vezes em que acusei o suspeito desequilíbrio social gritante entre a renda percapta do trabalhador angrense, o seu custo de vida tradidional e os valores cobrados nas passagens de ônibus urbanos. Conquanto, vejo uma luz no fim do túnel. Ao menos dois novos vereadores ensaiam querer saber mais detalhadamente o por quê do aumento das tarifas cobradas concedido por último elevando a passagem de ônibus de Angra à uma das mais absurdamente caras do país. Só a atitude de peitar publicamente o assunto já os difere de todos os outros que passaram pela Casa. Não estou afirmando que os valores sejam impróprios, estou reclamando a falta de um debate mais amplo e transparente acerca do caso. Ao que parece, LEANDRO SILVA/PR e JORGE EDUARDO/PMDB querem conhecer os bastidores dessa intrincada trama comercial. E fazem muito bem, tomara que tenham pernas para levar a discussão adiante. Mas estão equivocadíssimos na condução desse processo, pelo que percebo. Atenção assessoria, vamos lá pessoal! De ambos, o que tenho lido, é sobre um possível convite para que a empresa venha à Câmara e apresente a Planilha que justifique tal aumento. Em meu pouco entendimento, quem deve ser convocado imediatamente (antes mesmo da empresa) é o Executivo, através do seu setor responsável pelos transportes e que deve proceder a avaliação técnica da Planilha e fornecer -então- subsídios para que o Prefeito conceda o direito ao aumento peliteado da tarifa ou não. Assim sendo, os vereadores, (se me permitem a intromissão, mas o assunto é público e me interessa por assim sê-lo), não podem perder de vista que esse assunto é de sua alçada sim, além de estar incluído entre os seus deveres legislativos, visto tratar-se de uma concessão de serviço público. Não só a Planilha atual, mas deve requerer-se as Planilhas dos últimos 10 anos, no mínimo, além de uma aberta exposição do contrato vigente e suas cláusulas, para que não paire qualquer dúvida sobre a lisura das atividades da concessão pública. É imperioso que o Prefeito seja consultado à explicar por qual entendimento justificou a autorização de tal aumento. Num segundo passo sim, deve também ser chamada a empresa a apresentar o seu blanço operacional e as suas justificativas, além de suas contrapartidas sociais. Então, daí será possível produzir um relatório mais suscinto e criterioso para que se aponte um valor mais justo à ser pago pelo passageiro. Pode até ser que por fim os valores se justifiquem, mas a falta de transparência nessa conversa é que permite a suspeição, desnecessária. É só isso, e nada de ranger de dentes.
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09/06/09 - 23h06min. - adelsonpimenta@ig.com.br - BLOG
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