Raciocinando estupefato com os últimos acontecimentos do Senado (mas últimos no sentido de pelo menos há 1 ano, não somente pelos fatos mais recentes- que é pra mim uma sequência do descrédito da instituição imposta justamente pelos que deveriam preservelá-la e honrá-la), concluí o óbvio; que estamos capenga demais com a nossa terrível legislação eleitoral. Senão vejamos, entre tantas outras aberrações, um fato inusitado pode estar prestes a acontecer no Senado Federal Brasileiro, com o ingresso de denúncias pelo senador RENAN CALHEIROS, em nome do seu partido, o PMDB, no chamado 'Conselho de Ética' contra o senador tucano ARTUR VIRGÍLIO. Até aí nada demais, faz parte do processo e é plenamente aceitável. No entanto, se analisarmos a coisa mais friamente e de maneira desapaixonada perceberemos que -dado cabo aos trâmites do processo- o senador VIRGÍLIO, que foi eleito pelo voto popular, terá sua vida política nas mãos do Presidente do 'Conselho', senador PAULO DUQUE, que é o 3° suplente de SÉRGIO CABRAL, e desconhece as urnas. E mais, caso passe e seja levado ao crivo do Plenário, encontrará mais uma multidão de senadores que igualmente fazem números, mas são suplentes e não possuem nem o próprio voto, e podem perfeita e legalmente arrancar-lhe o mandato dado pelo povo, conferido democraticamente nas urnas. Não trato aqui da questão ideológica ou partidária, de situação ou oposição, mas simplesmente dessa aberrração assistida na Legislação pertinente em flagrante desrespeito contra a vontade do povo. Todo ingresso na vida pública em cargo eletivo, em meu modesto entendimento, sem a outorga do voto popular, é ilegítimo. Ou deveria sê-lo pelo menos. Mas no Brasil não o é, infelizmente. Creio que a situação relatada sirva de instrumento para que hajam reflexões sinceras quanto ao que está acontecendo no nosso Congresso Nacional. É isso!
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Atualizando (21h22min.): "Esses caras seriam os sem votos com complexo dos com votos", pelo leitor no correio eletrônico.
07/08/09 - 21h04min. - adelsonpimenta@ig.com.br - blog - twitter
