Terminando agora o perído obrigatório de obediência ao recrutamento da espécie de sardinha verdadeira, os pescadores voltam ao mar com muitas incertezas. Tem havido muitas reuniões setoriais nalguns dos municípios que compõem a orla marítima da região sudeste, mas essa rotina tem se tornado cada vez mais exaustiva beirando o descrédito pelos profissonais da pesca. Na verdade, o que realmente precisa ser discutido, e não o tem sido, é a desburocratização das linhas de crédito para que os armadores possam encomendar novas embarcações capazes de possuirem aparelhagem suficiente para que o pescado seja buscado em distâncias muito superiores as possíveis atualmente. É preciso que se crie planos de atendimento ao pescador e seus familiares nos períodos de defeso, não só aos artesanais, mas aos profissionais também. Por mais incrível que possa parecer, o setor ainda tem muita informalidade, além de insegurança quanto a produção do atual modo. Inegavelmente, o clima do Brasil, por mais que as regiões se difiram nisso, tem sido propício para a manutenção de boas produções, mas o esforço de pesca vem diminuindo consideravelmente o tempo de vida dessa atividade por dentro das nossas baías. Isso, aliado a uma série de outros fatores, tais como crimes ambientais de toda a sorte, se somam nos estudos que apontam a necessidade urgente de se buscar alternativas à esses profissionais. Há muitas incertezas no setor pesqueiro, tanto para o pescador (que é quem menos ganha com o seu esforço), quanto para o armador. A criação em definitivo de um Ministério da Pesca, pelo Presidente LULA, pode ser o princípio dessas mudanças, mas que não acontecerá sem que antes seja dirimido o grave conflito de competências jurídico-administrativas com o Ibama. Esse entrave é o primeiro que precisa ser resolvido. Assim como a representatividade nas Câmaras Setoriais dos Conselhos estaduais e nacionais precisam ser ocupadas pelos sardinheiros e não pelos atuneiros, pois os interesses comerciais são divergentes. Enfim.
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03/08/09 - 00h28min. - adelsonpimenta@ig.com.br - blog - twitter
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