sexta-feira, 7 de agosto de 2009

UFRJ TERÁ CURSO DE ENGENHARIA NUCLEAR

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No intuito de atender à demanda por profissionais resultante da retomada de investimentos em energia nuclear no Brasil, a Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) criou o primeiro curso de graduação em engenharia nuclear do país. A iniciativa é fruto de uma parceria com o Programa de Engenharia Nuclear (PEN), do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), que já conta com cursos de mestrado e doutorado na área. Com início no primeiro semestre de 2010, o curso oferecerá 20 vagas no próximo vestibular, que acontece no segundo semestre deste ano. Também serão oferecidas 30 vagas para os alunos que cursam o ciclo básico da engenharia. O coordenador do PEN, Su Jian, afirma que os alunos que entrarem no curso têm um cenário muito positivo pela frente. “As oportunidades não se restringem ao Brasil. As multinacionais do setor estão em busca de profissionais qualificados. As perspectivas são as melhores possíveis”, ressalta. Ele afirma que a aposta na energia nuclear é uma tendência mundial. “Países como EUA, Rússia, China, Índia e Japão estão investindo pesadamente na área nuclear. Cada um tem planos para construir mais de dez reatores nos próximos anos”, comenta, acrescentando que a Agência de Energia Nuclear (NEA), da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), estima que, em 2050, 1.400 reatores nucleares estarão em operação no planeta, o que corresponde a mais que o triplo do número atual. No Brasil, o cenário mais conservador prevê a construção de Angra 3 e de mais quatro reatores nucleares, de acordo com o Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030), incluindo unidades no Nordeste. “Não é só a geração nuclear que está crescendo. As aplicações da energia nuclear na indústria, agricultura, medicina e no meio ambiente também estão se expandindo. Para se ter uma idéia, em 2008, foram realizados 3,6 milhões de procedimentos de medicina nuclear no Brasil. Para o tamanho da população brasileira, ainda é um número pequeno, que tende a crescer”, diz Su Jian. Além disso, existe uma necessidade de renovação dos quadros do setor. A maior parte dos trabalhadores nucleares foi formada durante os anos 70 e o início dos anos 80. De lá para cá não houve formação em massa na área nuclear. “Quem entrou em 1980 já está com quase trinta anos de serviço e se aposentará daqui a cinco ou seis anos. Este é um problema que acontece não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Há uma crescente demanda no setor por pessoal com qualificação, que só aumentará nos próximos anos”, frisa o professor.

ABEN - Associação Brasileira de Energia Nuclear
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07/08/09 - 17h13min. - adelsonpimenta@ig.com.br - blog - twitter