No 'Jornal da Tarde' de hoje, o Editorial traz o relato de que choveu entre novembro e dezembro de 2009, 80% a mais do que a média do ano inteiro. O 'Estadão', o 'O Globo', e 'O Dia', e o 'Diário do Vale', principalmente, vem atualizando os informes sobre a tragédia em Angra a todo instante, com abordagem crítica sobre a ocupação desordenada do solo urbano. A 'Agência Brasil' repasse de forma interessante dados o tempo todo pautando toda a mídia nacional. Emissoras de televisão e rádio transmitem em links 'ao vivo' direto da cidade. Por que resolvi franquear este trecho inicial? Simplesmente para demonstrar que, de algum modo, o debate sobre as causas e consequências dessa tragédia- está posto. Entretanto, receio que, com isso, a sociedade angrense perca a oportunidade de ser chamada ao debate mais amiúde, por que as soluções serão de ordem técnicas, mas o direcionamento das intervenções e investimentos públicos obedecerão necessariamente ao pulso político. Os morros de Angra estão marcados pelas cicatrizes deixadas pelas chuvas, a cidade vive a expectativa de maior adensamento populacional já nesta década com as obras de Angra 3, o Pré-Sal, O Gás, o turismo, enfim. Não houve sequer a promoção da 'Conferência da Cidade', no município. Esse debate precisa acontecer de forma amadurecida, o mais breve possível. Por exemplo, há uma carteira de investimentos previstos na ordem de R$ 150 milhões pelas 'contrapartidas de Angra 3', e os projetos não foram debatidos publicamente. Então, fica uma pergunta: quantos projetos previstos nessa carteira de investimentos da Eletronuclear servirão para corrigir e antever passivos ambientais?
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