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Caro Adelson Pimenta,
Como leitor de suas escritas e comunicação...pergunto:
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"Onde começa e onde termina a culpa do
ex-prefeito Fernando Jordão sobre a tragédia em Angra?"
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Abadias Nepumoceno
professor universitário
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Resposta:
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É uma pergunta que, na melhor das intenções, busca respostas que provavelmente eu não tenha- e que certamente não depende de mim. É capciosa ao extremo. Mas oportuna. Creio que cada um de nós é responsável por tudo o que acontece no ambiente que nos cerca, de um modo ou de outro. Sendo assim, não disponho de elementos para apontar possível responsabilização penal sobre a pessoa de referência física ou jurídica, mas ensejo o debate sobre a agenda urbana como um todo. Senão, observemos atentamente: o problema não começou na gestão passada, e sim nas gestões passadas (no plural); o MP ; entidades sociais e ambientais; associações de moradores; entidades de classe; o Crea; a Associação de Engenheiros e Arquitetos; a OAB local- e daí por diante, todos precisam atuar mais no controle social. Por fim, não se pode eximir desta evolução crítica analítica os proprietários que também contróem, mesmo sabendo dos riscos; o que eu creio sinceramente que em parte considerável dos casos tenha até sido feito para se defender- como das chuvas, da vergonha, do desamparo, enfim- em busca de proteção de seus entes familiares. Há ainda, em muitos desses casos, políticos de plantão aproveitadores, vereadores, presidentes de partidos, lideranças comunitárias e afins que patrocinam a formação desses bolsões e a ocupação de áreas impróprias. Nesse sentido, honestamente, caro profesor, mais que buscar um ou outro culpado, creio que dessa tragédia devemos fincar o marco-zero para a construção desta imprescindível agenda em linhas mais técnicas e consistentes, de modo que se torne uma agenda de governo, independentemente dos atores políticos de cada momento. É isso o que penso e grato pelo apreço da leitura e pela generosa participação.
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12h36min. - adelsonpimenta@ig.com.br
