Bom dia!
É imperioso que se registre algo que acontece em Angra que dificilmente está sendo visto noutro lugar do país, que é a incrível guinada pela popularização de mídias que -à priori- se pensou para uma pequena parcela da sociedade, sendo a TV paga (à cabo) e a internet. Explico: o fato é que no município, a TV reservada aos assinantes (Net) já se tornou referência das mais profundas manifestações sociais, através de programas que fogem à regra costumeira das demais cidades, que -em tese- seriam para uma grade que atendesse mais as classes sociais A e B; mas, graças a Deus, o canal reservado à TV Comunitária, por exemplo, opta por programas de forte viés popular, com debates, críticas, franca participação do telespectador e matérias nas comunidades. A meu ver, ressente ainda da confecção de documentários, mas já avançou muito. Neste ponto, ouso em me intrometer legislando em causa própria me permitindo a um pedaço desse bolo, pois fui um dos pioneiros em dar esta cara a TV paga, em Angra, com meu extinto programa 'Direto ao Assunto' que, aliás, serve de modelo para diversos outros que hoje estão no ar. Muito bacana o trabalho desenvolvido pelo pessoal da TV Comunitária.
E na outra mão está o uso da internet, que também em Angra se sobrepôs aos demais municípios, pela dinâmica empregada pelos blogs_ de maneira que ainda não vi em nenhum outro lugar. Observem, não estou dizendo que a ferramenta não seja utilizada noutros lugares; estou assegurando que nestes sequer se assemelha a projeção social que esta mídia alcançou em Angra. Os blogs da cidade compõem o mosaico de comunicação local e já mudou radicalmente a forma de se comunicar, pautando inclusive a grande mídia. Há questionamentos quanto a qualidade da escrita e quanto ao conteúdo proposto por alguns, mas isso pouco importa por que, em meu modesto entendimento, isso não se difere das demais mídias, que também tem coisas boas e não. No fundo, quem acessa e lê é quem deve filtrar e selecionar o que quer. É assim que funciona a democracia.
Dessa forma, posso com tranquilidade afirmar que em Angra as mídias pagas sucumbiram ao trabalho de quem produz e se tornaram populares, até que um dia ninguém tenha que pagar mais nada para receber uma programação plural, liquidando de vez com esse separatismo social que setores da economia e da própria mídia produz. Avante povo de Angra.
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11h54min. - adelsonpimenta@ig.com.br
