Por não ter disponibilizado ainda em vídeo na web, muitos leitores deste blog, que só assistiram a uma parte da minha entrevista, me pedem pelo e-mail um apanhado sobre o que falei ontem na Master TV (Net/Angra) em relação a logística de transporte da Petrobrás. O que mais chamou a atenção foi quando eu disse que ao menos 90% da produção do Pré-Sal se dará de modo aquaviário. Isso, por si só, demandará uma engenharia complexa ou compensatória, que não puna -além de prejudicar, outros setores produtivos, principalmente a pesca. Pelo que tenho visto, não está na tradição dos estudos apresentados até o momento elevar a atividade pesqueira como setor produtivo, mas como uma atividade que careça de uma "compensaçãozinha" na implantação de outros projetos.
Um diagnóstico do Ipea constatou a necessidade de se ampliar as bases operacionais marítimas, diante do déficit de ancoradouros nacionais, ensejando um processo de modernização dos portos de maneira mais ampla que se previa incialmente. A Petrobrás, com sua demanda que se impõe, altera significativamente o papel do transporte marítimo, que até então era tratado por secundário nas logístcas de transportadoras do país e projetos de empresas de toda a sorte. Muitas dragagens já estão ocorrendo pela modernização, além de pesados investimentos públicos e privados já foram anunciados. Os portos mais próximos, sendo os de Angra (com investimento e projeto já anunciados e dragagem em execução), e o de São Sebastião/SP, (que tem um megaprojeto de ampliação suspenso por hora, mas na gaveta para sair do papel a qualquer momento), dão a nota nas regiões vizinhas do Pré-Sal, além de ambas as regiões, Sul Fluminense e Litoral Norte Paulista estarem na rota dos grandes cruzeiros marítimos. É preciso ousar integrando as muitas e possíveis atividades portuárias, e cuidar para não sucumbir a pesca como atividade produtiva também.
Outra vertente já buscada pelos especialistas diz que a modernização dos portos deve servir também para atender ao déficit de hospedagem por conta da próxima Copa do Mundo; ao que os navios suplementariam o potencial de oferta de vagas dos hotéis. É preciso, enfim, como disse na TV, discutir os acessos, o escoamento, a logística de negócios, o turismo, e a mobilidade urbana -sem o comprometimento da qualidade de vida na cidade e sem o esgarçamento da pesca. Isso denota estudos, diagnósticos e planejamento inteligente. Alguns já me adiantaram, mas e quanto ao turismo? Eu digo sempre, depende de qual turismo estamos falando, pois até isso deve ser objeto de planejamento. Vejam, negócios também geram turismo. Um outro tipo, é verdade, mas gera receita e consumo normalmente. Cabem debates, e a hora é essa.
- 09h28min. - adelsonpimenta@ig.com.br |
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