sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A SANHA DOS ALFORRIADOS

Principie esta leitura com calma, o título desta postagem -embora entusiasmadamente sugestivo- serve apenas para ilustrar um cenário do nosso cotidiano político. O fato principal é o seguinte: está em fogo brando -e as vezes entra em ebulição, para na sequeência arrefecer- um papo muito estranho, o da possível troca de legendas por alguns dos principais atoress políticos da cidade angrense, com mandato. A decisão judicial de que o mandato pertence ao partido e não ao candidato tem mexido com o sentimento do pessoal. Há muitas amarrras ou regras das legendas contra as quais muitos mandatários não concordam, mas é o máximo que podem fazer -discordar. A migração de um partido para outro incide em perda do mandato, salvo alguns casos específicos previstos em lei, mas que servem muito mais para alimentar ilusões. No fundo, o gestor de um mandato eletivo só pode mesmo migrar -presumidamente- para um outro partido, sem a possibilidade de ter o mandato pedido de volta, caso o  outro para o qual pretenda ir tenha composto sua coligação formalmente no pleito para o qual tenha sido eleito. Ou seja, numa coligação proporcional, o vereador eleito por uma determinada agremiação partidária so pode migrar para outra, caso esta tenha sido coligada com a que o elegeu. Outra vertente importante que destaco aqui, é o fato de parte razoável dos partidos políticos ainda terem em suas bases 'Executivas Provisórias' e não Diretórios eleitos, o que torna a direção muito enfraquecida, sujeita aos humores e aos acordos dos caciques da legenda. De qualquer sorte, fica evidenciado que as costuras estão sendo projetadas e pouco se avista da formação real do novo cenário para 2012 em cada cidade.

Em Angra, por exemplo, essas eleições do mês que vem trarão as linhas gerais da engenharia política do próximo pleito municipal, já que há 2 vereadores, dois ex-prefeitos, o atual vice-prefeito, e um ex-deputado disputando diretamente o jogo, e ainda há uma série de lideranças -com mandato ou não- hipotecando apoio à candidatos de outras regiões numa clara tentiva de demonstração de força na transferência de votos, o que pode ser por acordos que também exijam à mesa uma discussão sobre 2012. Além disso tudo, ainda há o Governo, que conduz uma poderosa máquina e sabidamente é parte substancial do processo. Tudo, abslutamente tudo, ainda está indefinido -no que tange a 2012. E por isso é que a democracia se aperfeiçoa no que há de mais extraordinário.
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10h57min.     -       adelsonpimenta@ig.com.br  

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