ARTIGO
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O prejuízo político da região Sul Fluminense nessas eleições ainda não pode ser medido, mas estimado sim. Talvez tenha sido a região que proporcionalmente (relação entre quantidade de eleitores e de candidatos) em maior tamanho do estado tenha ido para o front. O fato de não ter sido eleito nenhum deputado estadual local constitui-se num fosso entre as cidades da região e o centro do poder no Estado. Isso ainda se torna mais grave, quando inexiste o segundo turno no Rio.
No primeiro caso, perde-se a referência direta nas discussões que realmente interessam na hora de priorizar as emendas orçamentárias, no instante de inserir a região na engenharia do plano de investimentos do governador, no momento de permitir voz para a região quando se discute legislações de interesse direto local, entre muitas outras medidas que levaria tempo para discorrer; no segundo caso, fica comprometida toda a eficiência necessária para os serviços públicos de responsabilidade do Estado, ficam empobrecidos os debates pelos investimentos quanto a segurança pública, desonerações tributárias para o incremento de novos negócios, as muitas atividades comerciais à serem operacionalizadas pela logística portuária, os interesses da municipalidade quanto aos resíduos sólidos e a questão do saneamento básico, entre uma infindade de outras coisas, inclusive no que tange a Ilha Grande.
Há um único alento que ainda não nos permite jogar a toalha, sendo o fato de que os prefeitos da região são todos aliados de primeira hora do governador reeleito. Tomara esteja certo de que isso valha para alguma coisa doravante. Mas, isso também se deu já no exercício do primeiro mandato, e as respostas da máquina estadual não foram nenhum pouco satisfatórias. Desse modo, mais do que nunca, a julgar pela expressão obtida pelas zerésimas, os prefeitos precisarão encampar mais as idéias da sociedade e menos as dos burocratas almofadinhas e labutar com viés muito mais municipalista que os dias passados -para impor suas digitais e afastarem o risco de se verem tutelados por um governo que se reelegeu no primeiro turno, mas que para isso deixou uma fatura salgada para os aliados do interior, principalmente aqueles que não conseguiram eleger seus candidatos à ALERJ. É momento sim de reflexões, e profundas.
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14h26min. - adelsonpimenta@ig.com.br
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