O município angrense pode -ainda que invariável ou imperceptivelmente- estar ganhando contornos econômicos que decididamente já o torna também de vocação industrial. Ou seja, a questão turística não pode e não deve ser abandonada, mas também já não pode mais ser considerada a única via de sustentabilidade financeira local. Três exemplos crassos: a) a cidade é recordista mundial em exportação, e o mercado e o do petróleo; b) o município bateu o record nacional de produção pesqueira no ano passado, e já vem mantendo a dianteira na produção sardinheira há algum tempo; c) os investimentos previstos pela empresa Technip para a ampliação e modernização do Porto -é de longe o anúncio mais substancial para o setor, nos últimos anos.
Isto posto, me causa profunda estranheza o fato de haver profundo silêncio do setor de comércio varejista local, quando não -às vezes uma grita aqui outra acolá, mas efetivamente nada da apresentação de uma proposta para se inserir nessa construção de um novo cenário macroeconômico em curso na cidade e região. O SindComércio há muito tem sua sigla de representatividade subutilizada nessas questões, quando não surge em timmings políicos -e só. O setor é seguramente um dos que mais emprega, senão o maior empregador, mas está longe de se mostrar organizado e pró-ativo nessa planta de discussão pelo desenvolvimento temático da cidade, basta ver que outras organizações com a mesma representação estão surgindo e se organizando pelos bairros. Desconheço a existência de um só Projeto de Lei que tenha sido apresentado na Câmara Municipal, que tenha sido originado de discussões do setor como, por exemplo, na confecção dos projetos que visam o reordenamento urbano da cidade. Desse modo, sugiro que o setor se desvencilhe das amarras políticas meramente e se insira no contexto das grandes transformações econômicas que começa a ocorrer em Angra -e região. Este blog se propõe a ouvir o setor.
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10h47min. - adelsonpimenta@ig.com.br
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