INSENSATEZ ELEITORAL

A oposição angrense - liderada pelo PT reclama de tudo e de todos o tempo inteiro pelas redes sociais, principalmente pelo Facebook, num exercício que não deixa de ser compreensível com vistas ao pleito eleitoral, mas, em alguns casos - exagera. Pior, isso pode tomar conta de seu palanque em detrimento de uma discussão mais oportuna e verdadeiramente necessária quanto as agendas públicas que o Município enfrenta e precisa. Quem se opõe precisa ter tanta qualidade quanto quem governa - ou até mais.

Ora, assim como devia a Presidente DILMA fazer pela eficácia da máquina pública, mas não fez, o Prefeito angrense, TUCA JORDÃO, às voltas com problema semelhante - ou seja, fiscal, optou por manter a política dos programas de alcance social e enxugar a máquina - com exonerações sobre Cargos Comissionados. É imperioso que se readeque a folha, de maneira a otimizar os procedimentos , elevar a capacidade de investimentos públicos e melhorar (por que não?) os serviços prestados ao contribuinte. O custo maior é o político. TUCA não é candidato à reeleição, mas, FERNANDO JORDÃO é a aposta do PMDB para o poder local, logo, a atitude administrativa de um pode recair sobre as pretensões eleitorais do outro. Isso também é passível de compreensão.

Há um desbaste fiscal - principalmente por conta de querelas judiciais em relação ao ICMS do petróleo. Há ainda a sinalização econômica ruim de um novo período para os cofres públicos angrenses, sem a ampliação do Tebig - desautorizado pelo Secretário petista no Governo do Estado, CARLOS MINC, ainda nos procedimentos iniciais pelo licenciamento. Nesse sentido, o Prefeito TUCA termina pavimentando o caminho para o próximo gestor - e com responsabilidades legais. Haverá, como se prevê pelas estimativas oficiais, uma perda arrecadatória acima dos R$ 300 milhões, inicialmente, para Angra.

A insensatez eleitoral

As exonerações deveriam ser comemoradas pela oposição angrense, (eu disse, deveriam.), mas, ao contrário disso, há militantes oposicionistas na rede estimulando uma mobilização de pessoas descontentes com as exonerações de Cargos Comissionados do Governo para protestar em frente a Prefeitura, numa espécie rasteira de jogada; qual seja, a de arrancar à fórceps o Prefeito do cargo para o qual foi eleito pelo voto popular, e não de apoiá-lo na medida de enxugar a máquina pública. Da oposição, penso eu, espera-se um discurso mais pragmático acerca das medidas tomadas pelo Prefeito, que decline sobre seu ponto-de-vista acerca do evento e o mínimo de preocupação com a questão central - que é a situação fiscal da administração pública, não bravatas de vésperas eleitorais. Opositor também cumpre um papel fundamental no contexto democrático descrito. 

E mais, quais serão as alternativas à serem buscadas por quem tem pretensões de governar, em relação a questão fiscal? A coisa precisa ser jogada às claras, de forma limpa, sem contorcionismos e cavalo-de-pau sobre a gestão pública. A oposição precisa dizer o que quer, como pretende, e por onde fará; do contrário, tamanha insensatez só me fará crer que o projeto continua sendo o do poder pelo poder - e só. Em São Paulo, tomando a principal cidade do país como exemplo, o que a hoje Senadora MARTA SUPLICY fez - foi criar novos impostos e aumentar os existentes. 

Por fim, cabe a pergunta: Por que é que não se viu esse tipo de mobilização de alguns oposicionistas em relação a defesa do projeto do Tebig, contra o qual se pôs o Governo do Estado - sob orientação da equipe ambiental da Secretaria Estadual da cota do PT no Governo SÉRGIO CABRAL? Uma eleição se disputa nas idéias, na apresentação de projetos, na viabilidade de soluções - e se ganha nas urnas, não no tapetão ou na marra com mobilizações oportunistas. À julgar pela postura de alguns oposicionistas, arrisco em dizer que carecemos de oposição. O que tenho visto é ajuntamentos de descontentes por uma série de fatores - inclusive pessoais, mas não é isso que o eleitor busca, seguramente.

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18h50min.        -           adelsonpimenta@ig.com.br