quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O BALANÇO DE JANEIRO

PAUTA DO LEITOR
( Recebido por e-mail )

Janeiro começou quente e chuvoso em Angra dos Reis. Não falo do calor de mais de 40 graus nem das chuvas que assustaram e desabrigaram muita gente. Falo do "calor" que a nova administração vem tomando nesse início de gestão, com a desaprovação de muitas ações da prefeita Conceição Rabha e sua equipe, e da chuva de críticas que estão assolando o Paço Municipal, com intensidade cada vez maior.

Conceição Rabha iniciou mal o seu governo ao cometer um erro simplório para um administrador público. Queria mais de 80 milhões do governo federal sem decretar o Estado de Emergência devido às chuvas. Foi induzida ao erro por uma equipe técnica e uma assessoria despreparadas e inexperientes. A pequena - porém barulhenta - oposição não perdoou.

Logo após foi a vez do presidente da Fundação de Cultura de Angra dos Reis, Zequinha Miguel, escorregar nas antigas facilidades de um gestor público. Ao contratar peças de sua autoria através da empresa de seu melhor amigo, ele abriu brecha para uma nova polêmica. Até mesmo os governistas, pelo menos os mais sensatos, chiaram com a escorregadela do colega. O que é aparentemente legal, mas não é ético, não é visto com bons olhos atualmente.

Duas mancadas assim já acenderiam a luz amarela em qualquer governo. Mas não foi o caso de Angra. A sucessão de ações mal calculadas continuou com uma NOTA OFICIAL sobre o programa Passageiro Cidadão. A notícia deu a entender que o mesmo seria suspenso e, até explicar que focinho de porco não é tomada, o burburinho correu solto à boca miúda. Quem está economizando com as passagens de ônibus já colocou as barbas de molho.

Aproveitando-se de pertencer ao mesmo partido da presidente Dilma, Conceição Rabha foi à Brasília pedir que os buracos da Rio-Santos fossem tapados. Voltou para casa com a promessa de que a ação seria realizada. Mostrou prestígio na Capital Federal. Porém, como promessa é dúvida (promissória é que é dívida), até hoje a rodovia continua parecendo um queijo suíço, de tantos buracos. E os acidente continuam ceifando vidas, um após o outro.

Durante entrevista coletiva, Conceição Rabha anunciou que o lixo da cidade seria levado para Seropédica e não mais para o Ariró. Mostrou uma matemática pouco ortodoxa, onde mais gastos com a destinação de resíduos significa economia para o município. Dois dias depois o seu colega de partido e secretário de Estado de Meio Ambiente, Carlos Minc, liberou Paraty para jogar seu lixo em nossa cidade. Será que o lixo turístico é melhor que o nosso? Pegou mal.

Colocar os ônibus urbanos na frente da cidade foi outra ação do governo que caiu no desgosto popular. Dia após dia esse descontentamento de comerciantes, turistas e moradores fica mais notório, inclusive nas redes sociais. A ação prevê ainda a construção de abrigos de passageiros ao longo da avenida Júlio Maria, o que vai voltar a privar as pessoas do belo visual da Baía da Ilha Grande.

Se não bastasse tudo isso, na quarta-feira foi levantada a possibilidade de tráfico de influência da prefeita de Angra. Seu marido, mesmo com a saúde debilitada há alguns anos, teria sido contratado pelo estaleiro Brasfels com um salário equivalente ao de secretário de governo. Durante a campanha a promessa era a de cuidar de Angra...

Se continuar nesse ritmo, a "previsão do tempo" para a administração da cidade tende a piorar. Se não quiser que uma verdadeira tempestade se forme no horizonte, está na hora de uma mudança radical de curso. Senão, todo o esforço mostrado até agora pela formiguinha corre o risco de ser levado pelas águas da enxurrada.

Jesiel Ferreira Lucas
Jornalista, foi Subsecretário de Comunicação da Prefeitura de Angra, repórter da TV Câmara, radialista da Rádio Angra AM e âncora do programa Interativo da Master TV (Net/Angra)
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19h53min.       -        adelsonpimenta@ig.com.br

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