segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

PROFISSIONALIZAÇÃO NA GESTÃO DOS EVENTOS

Foi-se o tempo em que as escolas do Carnaval carioca eram mantidas por patronos. Agora entram em cena profissionais treinados para captar recursos, com MBA e especialização em marketing, que transformam as agremiações em empresas.

CARNAVAL S.A.
Roni Lutero (à esquerda), da Acadêmicos da Rocinha, Lúcio Bairral (à direita),
da Mocidade, e Edson Alexandre (sentado), da Grande Rio, cercados
por duas passistas: captação de patrocínio para o samba

O que era barracão agora é chamado de fábrica. Carnaval virou plataforma. E estandarte pendurado na quadra hoje é banner. A nomenclatura usada no ambiente corporativo migrou para as escolas de samba do Rio de Janeiro, junto com uma grande quantidade de especialistas em captação de recursos, oriundos do mercado financeiro – alguns de multinacionais e munidos de MBA –, e ganha visibilidade nos desfiles deste ano, no auge do profissionalismo das agremiações. Até o organograma das escolas se assemelha ao de uma empresa, com diretorias e departamentos comuns a grandes corporações. Faz sentido: para colecionar notas dez no Sambódromo, e competir ao título de campeã da festa considerada o “maior espetáculo do planeta”, uma escola não gasta menos do que R$ 12 milhões, sendo que as maiores chegam, ou ultrapassam, R$ 15 milhões. Numa era em que os tradicionais patronos, a maioria ligada ao jogo do bicho, perdem hegemonia, esses mercadores do samba ganham espaço. Cada uma das 12 integrantes do Grupo Especial recebe em torno de R$ 6 milhões de subvenção oficial (leia quadro). Cabe a esses experts em marketing e finanças captar o resto. Ao lado de presidentes, eles formam as novas comissões de frente que visitam empresas atrás de patrocínio.
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OPINIÃO
Farei uma leitura sobre essa realidade, que é muito importante em seu conceito. Não só o carnaval, mas praticamente todos os eventos precisam encontrar com suas organizações um caminho de sustentação própria. Em Angra, por exemplo, eventos como FITA, Procissão Marítima, Expo Cristã, Costa Verde Negócios, Festa do Peixe, entre outros, que há alguns anos subsistem com o pires sendo posto na porta do Paço Municipal, precisam seguir este exemplo das escolas de Samba do Rio. Não tenho certeza, mas parece que a organização do Fita já embicou por esse caminho, mas eventos como a Expo Cristã, por sua vez, imbricou e não consegue achar essa saída. Ainda que seja necessária ajuda institucional para que os organizadores desses importantes eventos para a cidade de Angra e Região se qualifiquem, creio que a Prefeitura deva fornecer, mas o intuito deve ser realizações independentes e sustentáveis. O debate é oportuno, creio eu.
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16h33min.     -     adelsonpimenta@ig.com.br

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