terça-feira, 26 de março de 2013

A CRÍTICA

A Prefeita de Angra, a petista CONCEIÇÃO RABHA, eleita sob um discurso crítico de mudança, de certa forma, conceituou assim seu governo ainda na campanha. Foi um trabalho de comprometimento publicitário, mas também apalavrado diretamente com o eleitor, ou seja, cumpriu a função de convencimento pelo voto, logo, teve seu efeito. Não separando a última eleição municipal da penúltima, é inegável o registro de que a então candidata, mesmo respaldada integralmente por seu partido, fez sua evolução eleitoral afastando sua imagem pessoal da legenda que representava, quando  politicamente falava que o eleitor estaria votando nela e não necessariamente no seu partido. Colou. O mote da campanha permaneceu: "Agora é Ela", ou seja, personificou o mandato eletivo. Do contrário, seria: "Agora é o PT". A migração eleitoral de sua gestão uninominal para um mandato exercido pelo seu partido, creio eu, acontecerá naturalmente. 

Isto posto, é preciso uma breve leitura de seus primeiros passos. Em três entrevistas coletivas concedidas até o momento, a Prefeita não desceu do palanque; pelo contrário, aproveitou os decibéis que o mandato lhe confere e e se utilizou de recursos belicistas contra seus antecessores. 
De prático, em relação ao seu governo, falou duas coisas:
a) Lixo: Bem, essa história, que parece não estar sendo bem contada, pode acabar fazendo chorume em seu governo. O Plano Municipal não foi confeccionado.
b) Saúde: Aqui, a desinformação é uma festa. Gestão discursiva com municipalização do Hospital da Japuíba, e aluguel de uma Unidade Hospitalar privada. O silêncio do Conselho Municipal de Saúde, deixa essa discussão doente.
Em entrevistas mais recentes, a Prefeita rivalizou com uma suposta oposição e tentou desqualificar as críticas que tem recebido. Bem, aqui cabe um adendo, antes que cheire a censura - justamente de quem se elegeu fazendo críticas. O debate que interessa aos jornalistas e o debate que está acontecendo livremente nas ruas e nas redes sociais, não são necessariamente os mesmos. O debate que está ocorrendo na Câmara Municipal entre governistas de última hora e oposição de ocasião, não encontra eco ainda nos partidos políticos, já que estes estão inertes na discussão política do momento. O debate que a sociedade civil organizada vem levantando não está atrelado a lideranças políticas ou mandatários eletivos, necessariamente, são ecos urbanos de descontentamento. Portanto, pergunto:_ sobre qual crítica declina a Prefeita?

Importante dizer que a crítica é um elemento de enorme contribuição em qualquer processo, exponencialmente onde o interesse público esteja envolvido. Óbvio, que a apresentação de propostas é sempre um caminho que interessa mais à quem dá plantão no governo, mas, talvez o equívoco da Prefeita seja o de achar que a crítica, seja ela qual for, seja sempre direcionado à atenção dela. Uma crítica sobre um governo, estabelecida de fora pra dentro, não busca necessariamente a atenção do governo, mas sim a da sociedade; logo, ao crítico, pode não interessar a qualificação que o mandatário faz daquela crítica, mas a repercussão desta no estrato social para o qual é dirigida, e a devida resposta em ações práticas do governo criticado. Portanto, finalizo dizendo que, com todo respeito, ao invés de criticar a crítica,  a Prefeita deve conceder ao crítico o mesmo respeito que quer do crítico em relação ao seu governo, até porque sua promessa de "mudanças" foi calcada sobre as críticas que fazia aos seus adversários. Era ela a oposição.
-
10h12min.     -    adelsonpimenta@ig.com.br

Nenhum comentário: