PAUTA DO LEITOR
( Enviado por e-mail )
Na semana passada a prefeita de Angra, Conceição Rabha, teve uma grande oportunidade de mudar o rumo que seu governo tomou. Ela discursou na abertura da Conferência das Cidades para uma plateia de aproximadamente 150 pessoas, formada por secretários de governo, subsecretários, gerentes e muitos cargos comissionados da prefeitura. Cerca de 12 representantes do movimento popular também estiveram presentes à solenidade. Porém, a mulher mais poderosa da cidade deixou a preciosa chance "escorrer por entre os dedos". Ou melhor, como um peixe, "morreu pela boca".
O slogan da conferência era "A cidade que nós queremos somos nós que construímos: reforma urbana já", ou seja, um prato cheio para uma prefeita que prometeu em campanha grandes projetos estruturantes para melhorar a cara de Angra. Eu me preparei para ouvir sobre a implantação das prometidas policlínicas, das escolas técnicas para formação profissional e até mesmo sobre o famoso VLT, o Veículo Leve sobre Trilhos. Mas nem mesmo a principal bandeira de campanha petista foi lembrada por Conceição Rabha em sua fala. A verdade é que o trem passou (despercebido), ela não embarcou e pelo jeito vai ficar na estação a ver navios.
Durante os quase dez minutos de discurso, a prefeita se lamentou pelas dívidas deixadas por seu antecessor, falou das dificuldades para dar um aumento decente para os servidores municipais e pediu desculpas aos secretários pela forma estressada como tem se dirigido a eles. Como grande novidade a prefeita anunciou a chegada de uma NOVA DÍVIDA que a prefeitura terá que pagar, de R$ 18 milhões, pela falta de recolhimento de impostos nos governos de Fernando e Tuca Jordão. Sobre novos projetos, nada, nem uma virgulazinha sequer.
A cereja desse bolo amargo foi o momento em que Conceição sacramentou a maior diferença entre o seu governo e os de seus antecessores: "Sabe qual é a diferença, gente? É viver aqui. Eu vivo aqui, aqui estão as minhas raízes e é aqui que eu vou morrer! Esse é o diferencial!", disse a prefeita. Enquanto eu tentava imaginar aonde estariam morando Fernando e Tuca, tive meu devaneio interrompido por uma calorosa salva de palmas. Fiquei pasmo e sem reação.
Na verdade, o diferencial visto até agora foi a falta de preparo de sua equipe para administrar a cidade e dar solução aos seus problemas. Isto fez com que uma série de outros percalços acabassem acontecendo. E não adianta dar a desculpa das dívidas herdadas por que, em sua maioria, as ações não demandavam grandes investimentos. A retirada dos ônibus do terminal da Lapa foi um deles. A falta de apoio aos moradores da Itinga quando da demolição de suas casas foi outro. Também houve o abandono da luta pelo fim dos Fichas-Sujas no estaleiro Brasfels. Sem falar no carnaval na Júlio Maria, que deu um verdadeiro nó no trânsito. Ah, não posso esquecer da questão do lixo, que até hoje continua fedendo.
Prefeita Conceição, por favor leia e reflita: uma das mulheres mais importantes do século XX foi alçada a este posto por mostrar com clareza e precisão como tratar o povo e a máquina pública. A Dama de Ferro Margareth Tachter tinha alguns princípios fundamentais que nortearam a sua conduta pública: manter-se fiel ao seus princípios; fazer propostas baseadas na realidade; não ter medo de medidas impopulares e saber que o governo não precisa ser grande e sim eficiente. E é exatamente tudo isso que a senhora NÃO anda fazendo. O seu discurso deixou isso bem claro. E para o bem desta cidade, está na hora de uma mudança de verdade.
Jesiel Ferreira Lucas
Jornalista, foi subsecretário de Comunicação da Prefeitura de Angra, repórter da TV Câmara, radialista da Rádio Angra AM e âncora do programa Interativo da Master TV (Net/Angra)
O slogan da conferência era "A cidade que nós queremos somos nós que construímos: reforma urbana já", ou seja, um prato cheio para uma prefeita que prometeu em campanha grandes projetos estruturantes para melhorar a cara de Angra. Eu me preparei para ouvir sobre a implantação das prometidas policlínicas, das escolas técnicas para formação profissional e até mesmo sobre o famoso VLT, o Veículo Leve sobre Trilhos. Mas nem mesmo a principal bandeira de campanha petista foi lembrada por Conceição Rabha em sua fala. A verdade é que o trem passou (despercebido), ela não embarcou e pelo jeito vai ficar na estação a ver navios.
Durante os quase dez minutos de discurso, a prefeita se lamentou pelas dívidas deixadas por seu antecessor, falou das dificuldades para dar um aumento decente para os servidores municipais e pediu desculpas aos secretários pela forma estressada como tem se dirigido a eles. Como grande novidade a prefeita anunciou a chegada de uma NOVA DÍVIDA que a prefeitura terá que pagar, de R$ 18 milhões, pela falta de recolhimento de impostos nos governos de Fernando e Tuca Jordão. Sobre novos projetos, nada, nem uma virgulazinha sequer.
A cereja desse bolo amargo foi o momento em que Conceição sacramentou a maior diferença entre o seu governo e os de seus antecessores: "Sabe qual é a diferença, gente? É viver aqui. Eu vivo aqui, aqui estão as minhas raízes e é aqui que eu vou morrer! Esse é o diferencial!", disse a prefeita. Enquanto eu tentava imaginar aonde estariam morando Fernando e Tuca, tive meu devaneio interrompido por uma calorosa salva de palmas. Fiquei pasmo e sem reação.
Na verdade, o diferencial visto até agora foi a falta de preparo de sua equipe para administrar a cidade e dar solução aos seus problemas. Isto fez com que uma série de outros percalços acabassem acontecendo. E não adianta dar a desculpa das dívidas herdadas por que, em sua maioria, as ações não demandavam grandes investimentos. A retirada dos ônibus do terminal da Lapa foi um deles. A falta de apoio aos moradores da Itinga quando da demolição de suas casas foi outro. Também houve o abandono da luta pelo fim dos Fichas-Sujas no estaleiro Brasfels. Sem falar no carnaval na Júlio Maria, que deu um verdadeiro nó no trânsito. Ah, não posso esquecer da questão do lixo, que até hoje continua fedendo.
Prefeita Conceição, por favor leia e reflita: uma das mulheres mais importantes do século XX foi alçada a este posto por mostrar com clareza e precisão como tratar o povo e a máquina pública. A Dama de Ferro Margareth Tachter tinha alguns princípios fundamentais que nortearam a sua conduta pública: manter-se fiel ao seus princípios; fazer propostas baseadas na realidade; não ter medo de medidas impopulares e saber que o governo não precisa ser grande e sim eficiente. E é exatamente tudo isso que a senhora NÃO anda fazendo. O seu discurso deixou isso bem claro. E para o bem desta cidade, está na hora de uma mudança de verdade.
Jesiel Ferreira Lucas
Jornalista, foi subsecretário de Comunicação da Prefeitura de Angra, repórter da TV Câmara, radialista da Rádio Angra AM e âncora do programa Interativo da Master TV (Net/Angra)
-
08h25min. - adelsonpimenta@ig.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário