quinta-feira, 16 de maio de 2013

EXISTE LUZ NO FIM DO TÚNEL?

PAUTA DO LEITOR
( Recebido por e-mail )


Sinceramente, eu não sei se a prefeita tem acesso aos textos que escrevo semanalmente aqui na minha página pessoal do Facebook e no blog do amigo Adelson Pimenta. E até mesmo por curiosidade, resolvi ouvir Conceição Rabha em seu primeiro pronunciamento público após a minha crítica da semana passada. Para quem não leu, eu disse que a prefeita perdeu uma grande oportunidade de falar sobre seus projetos futuros devido ao tema da Conferência das Cidades Quem muda a cidade somos nós: reforma urbana já, que aconteceu no dia 11 deste mês. Ela não foi bem e eu registrei.

Na quarta-feira, 15, Conceição discursou para uma plateia de funcionários da Saúde, em especial profissionais da enfermagem, que devem receber em breve a notícia de que vão trabalhar as 30 horas semanais que preconiza o projeto de Lei que foi enviado à Câmara Municipal. A redução da jornada no Brasil é uma antiga reivindicação da categoria. No Rio de Janeiro, por exemplo, o prefeito Eduardo Paes sancionou em 2012, a lei que limita a carga horária da categoria em todas as unidades municipais de saúde. Apesar da importância do tema, eu fui ouvir a prefeita e pelo que pude notar, houve uma pequena melhora em suas palavras. Mas ainda está longe do ideal.

A prefeita começou destacando que a assinatura do Projeto de Lei era um compromisso assumido com a categoria durante a campanha. Logo depois começou a discorrer sobre a situação dos funcionários da Santa Casa e dos postos de Saúde da Família, que não vão receber o benefício das 30 horas semanais. Espero que no ano que vem eu possa ter mais recursos para repassar para a Santa Casa para que esta possa contratar mais profissionais. Aí vocês também poderão ser beneficiados com a redução da jornada de trabalho, disse a prefeita. Porém, neste momento, o grupo de profissionais da Santa Casa presente saiu do local do evento e não viu a assinatura do projeto.

Conceição seguiu numa linha inteligente. Falou da volta do Hospital da Japuíba para a administração municipal – ele havia sido entregue ao governo do estado pelo ex-prefeito Tuca - e disse que em dois meses ele será inaugurado para atender a população da cidade. E claro, abrigar mais um sem número de companheiros nos mais diversos cargos dentro daquela unidade de saúde. E isso por que não tem dinheiro, hein... O governo comprometido com uma saúde melhor – especialmente a financeira de seus familiares e correligionários – não poderia se permitir a um vacilo desses. A prefeita terminou dizendo que vai inaugurar no dia 1º de junho o funcionamento do SPA do Centro na clínica Soj.

A partir daí, ela começou a intercalar ações do governo ao velho chororô. Ela lastimou a falta de dinheiro, reclamou da situação de alguns postos de saúde, como o de Jacuecanga e o Pronto Socorro Ary Parreiras. Reclamou que os adversários só falam dos problemas, que eles realmente existem sim, mas que também existem acertos. E citou a redução da jornada de trabalho da enfermagem como um desses acertos. Convenhamos: para a população isso não significa nada. Mas disse finalmente que deseja transformar a saúde Angra como referência para o Estado do Rio de Janeiro. 

Faltaram, a meu ver, duas coisas:
Primeiro, a maior bandeira de campanha na área da Saúde foi a criação de diversas policlínicas no município. É claro que não cobro a construção de nenhuma delas agora. Mas ao menos um estudo de terrenos, elaboração de projetos, ou até mesmos os bairros que mais necessitam desta melhoria poderiam ser citados pela prefeita. Mas desde que houvesse alguma ação neste sentido, o que não parece ser o caso. 
Segundo, uma lembrança: o prefeito Tuca investiu na Saúde mais do que determina a Lei, porém isso somente não foi o suficiente para, ao menos, amenizar os problemas na área. A Saúde no Brasil é tida como um “saco sem fundo”, ou seja, quanto mais se investe, mais se mostra necessário investir. A redução da jornada de trabalho da enfermagem deixa isso claro na própria fala da prefeita.

De qualquer forma, em termos de discurso, podemos dizer que houve uma evolução. Eu, sinceramente, não sei se a prefeita tem acesso aos textos que escrevo semanalmente aqui na minha página pessoal do Facebook e no blog do amigo Adelson Pimenta. Mas fiquei feliz por ver que as críticas são importantes e ajudam. Basta ter humildade para aceitá-las.

Jesiel Ferreira, jornalista
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18h50min.     -     adelsonpimenta@ig.com.br

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