segunda-feira, 13 de maio de 2013

POLÍTICOS PENSAM UMA COISA, A POPULAÇÃO OUTRA


Ebuli o caldeirão político no país. Fosse este um ano eleitoral, certamente a compreensão seria mais facilitada. Mas, não é. Não na parte legal, mas o é na parte política. Se a antecipação do pleito, assim como a judicialização do mesmo, é coisa boa ou não para a consciência crítica social, para a importante e desejada politização de nossa gente, é algo que - talvez - só tenhamos a capacidade de perceber se nos dedicarmos a isso. Mas, como? Ora, ao invés de estudar a cabeça da sociedade e diagnosticar seus verdadeiros anseios para depois se firmar pactos importantes na formulação desse contato político, faz-se radicalmente o contrário; ou seja, com a estampa da democracia - e é, os políticos e não necessariamente os partidos políticos, discutem entre si sobre os atalhos para se chegar ou se manter ou se perpetuar no poder, para depois tentar "impor" ao eleitor as opções, com chancelas democratas, usualmente disfarçadas.

A entrevista do Governador da Bahia, Jaques Wagner, a revista Veja desta semana; a matéria sobre o ex-governador de Minas, Aécio Neves, na semana passada a revista Isto é, entre tantas outras abordagens pelos mais variados canais de comunicação do país, sempre com foco na eleição de 2014 é uma coisa. As reportagens e matérias feitas com formas distintas de abordagem, mas sempre objetivando levar ao leitor informações sobre a disputa antecipada do pleito eleitoral de 2014, é a mesma coisa. A peregrinação de militantes ligados ao Deputado Federal e sindicalista, Paulinho da Força, e a ex-ministra e senadora Marina da Silva, Brasil à fora, na coleta de assinaturas para criação de novos partidos para a disputa eleitoral de 2014, é também um pouco mais da mesma coisa. Os ensaios partidários nos estados, e o Rio de Janeiro é um exemplo crasso disso com prévias de nomes como os de Pezão, Garotinho, Lindbergh, Cesar Maia, Miro Teixeira, na busca de quebrar a sequência de vitórias do PMDB no Rio, já na eleição de 2014, é também reflexo imediato dessa coisa.

Portanto, Senhoras e Senhores, iremos às urnas escolher nossos novos representantes nas esferas de poder em 2014, mas a disputa eleitoral começou bem antes, desde já. Até que ponto a sociedade quer discutir a próxima eleição em detrimento de suas causas, do atendimento que está tendo na unidade de saúde pública mais próxima de sua casa, da forma como seus filhos estão aprendendo (quando estão) na rede pública de ensino, a violência urbana, o desenvolvimento do país que começa a importar mão de obra do exterior enquanto nossa gente padece de qualificação e oportunidades? Posso estar equivocado, mas, cá entre nós, percebo um certo descompasso entre as agendas trazidas pelos políticos, com o que efetivamente quer a população sobre o assunto. O desafio está posto; qual seja: dar certo uma conjuntura em que representante e representando caminham em lados opostos, no contexto mais amplo do conceito tratado aqui.
É uma linha de raciocínio.

foto: Google / 'poesialvaro'
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13h03min.     -      adelsonpimenta@ig.com.br

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