domingo, 1 de dezembro de 2013

FIRULAS OU MEDIDAS?

Na Câmara de Angra/RJ, antes mesmo das medidas serem efetivamente propostas, em especial nesta legislatura, surgem primeiro os boatos; destes, surgem as especulações, e daí por diante nunca se sabe se o que se ventilou nos cochicholos do poder será levado à pauta das discussões e deliberações ou não. Cada banho de óleo quente com sua própria fritura. Seriam firulas ou medidas? O fato é que de um jeito ou de outro a política tem suas particularidades.

Por exemplo: tendo se acrescido de mais alguns nomes, o antes opositor solitário José Antonio, agora tem companhia e já se intitula liderança da minoria, ou o dizem assim. Dessa equação, ele, que de ingênuo não tem nada, já toma iniciativas que terminam friccionando o Governo, e de quebra ainda lhe garante certa visibilidade. Mas, como disse, não está só, porquanto, agora digo eles. O lixo, por exemplo, é uma coisa. O MP foi notificado e, salvo engano, há um Inquérito instaurado; a imprensa cobriu dando amplo destaque ao assunto e, vira e mexe, faz questão de não deixar essa questão sair da moda; um pedido de CPI foi ensaiado na Casa, devidamente abafado pela maioria governista; convocações de secretários e outros membros do Governo chegaram a ser testadas, sendo reprovadas quando a conversa ficava à vera. Mas, como disse, a oposição ganhou corpo - e discurso.

O Governo se apercebeu nesse processo e a Prefeita Conceição Rabha, que também não leva desaforo pra casa, esticou a corda com seu quadro inicial até onde pôde, mas mexeu no tabuleiro. Com a ascensão do Robson Marques, hoje a frente do Governo, o diálogo institucional que havia sido feito de forma precária, voltou à lista de prioridades. A política alcançou, dessa forma, a mesma mesa em que sentam-se governistas e opositores. Desse rearranjo encontrou-se solução para o programa Passageiro Cidadão, e agora tenta-se acordo sobre o Orçamento municipal. O que ganhou estatura foi a prosa entre as partes.

Mas, da Câmara, ouvi dizer algo sobre emendas com conceito de orçamento impositivo, o que criaria um novo modo de relacionar-se com os recursos públicos do Município; alterações na Lei Orgânica, entre as quais, destaco a de que todos os contratos públicos, estabelecidos por qualquer que seja o meio de contratação da prefeitura, tenham cópias encaminhados obrigatoriamente para a Câmara municipal num prazo máximo de 5 dias após a sua celebração. Enfim, por mais que esteja se azeitando essa relação - e isso atende o interesse público, percebo que o Governo não quer pôr em xeque sua governabilidade, e a oposição não quer perder a sua identidade com o eleitor. 
É o jogo!
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13h30min.    -     adelsonpimenta@ig.com.br 

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