segunda-feira, 28 de abril de 2008

ARTIGO
(recebido e autorizado)
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10h47min.
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NÃO É MATANDO O CORPO QUE SE ELIMINA O HOMEM
Pr. William de Jesus

Certo dia, fui abordado por uma pessoa que estava muito preocupada com o que falariam sobre a sua vida. Alguma coisa havia acontecido que a incomodava muito. Fiz, então, uma rápida explanação acerca de alguns homens do passado que deixaram suas marcas na Bíblia Sagrada exatamente por que preferiram aderir à mensagem recebida de Deus a se entregarem aos caprichos do mundo.

Somos, indubitavelmente, o que defendemos, o que pregamos, a nobreza de nossos ideais. Somos muito mais que um corpo ambulante, somos mais que um simples invólucro, muito mais que “um vaso de barro”. É por essa razão fundamental que precisamos fazer cumprir os ideais que defendemos, ou seja, os ideais do cristianismo. Quantos homens foram feridos, entregues aos leões? Quantos serviram de alimentos às feras, foram apresentados na arena para servirem de risos aos mundanos? Quantos sofreram, perderam quase tudo, inclusive a própria vida, mas não deixaram de viver na mensagem que pregavam, nos ideais que defendiam?

Sinceramente, quando analiso na hodiernidade o tipo de cristianismo que se apresenta como sendo a máxima expressão do sagrado, confesso que fico perplexo, atônito!!!! Quantos homens estão sendo eliminados, assim que seus corpos tombam ao chão! Quantas vidas terminam no momento em que se coloca a última pá de barro sobre o caixão!!!!!!! Não! Alguma coisa está errada. Alguma coisa precisa ser feita. Não podemos aceitar a idéias de que o homem seja eliminado quando se mata o corpo. Onde estão os ideais? As apologias sólidas de um cristianismo firmado no Cristo ressurreto? Não podemos deixar de existir só por que viajamos; precisamos viver cotidianamente através da nossa vida, dos nossos objetivos, sonhos, das nossas pregações. Precisamos fazer falta, fazer a diferença. A sociedade, corrompida pelo pecado, precisa de sentir a nossa falta.

Quero dizer que a nossa mensagem pregada na prática de uma vida sadia, ou na oratória solidificada na Palavra precisa impactar, precisa causar um estrondo tal, que leve a sociedade a uma reflexão sobre nossa existência. É óbvio que isso acarreta algumas conseqüências, tais como repressão, inveja, perseguição, e até a morte. Não é matando o corpo que se elimina o homem. Não é tirando a vida do homem de Deus que a mensagem de Cristo vai morrer; não é matando o homem de Deus que o evangelho do Senhor vai acabar; muito pelo contrário, vamos viver cada vez mais na mensagem que pregamos, nas idéias que defendemos.

Às vezes eu me pergunto: será que faço falta a essa geração? Porque se eu não fizer falta, eu sou eliminado na morte do corpo. Já parou para pensar nisso? Será que ninguém mais vai falar em você após o dia da sua morte? Se vivermos somente no corpo, se a nossa vida concentra-se no corpo.... não há razão em viver. Precisamos viver na vida e viver na morte. Isso só acontece quando vivemos naquilo que pregamos, quando damos um sentido à vida; quando a vida não se restringe à arte de respirar, mas sim, à busca do ideal, e em nome desse ideal (que é o sagrado), elevamos nossa vida ao patamar mais alto. Foi isso que fez o apóstolo Paulo dizer que “já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida, que agora vivo na carne, eu a vivo na fé do filho de Deus” (Gl 2.20).

Remontando ao irmão que me abordou comentando sobre a sua preocupação; era mais um dentre muitos que nasceu, cresceu, reproduziu e está pronto para morrer, acabando assim seu ciclo na terra. Não é isso, porém, o que Deus quer para nós. A nossa vida precisa ter sentido. A sociedade precisa falar em nós; a nossa pregação precisa causar impacto. Não é matando o nosso corpo que vão nos eliminar, pois vivemos na fé do Filho de Deus, anunciamos a mensagem do Filho de Deus e fomos transformado pelo poder do filho de Deus.

Pensemos nisso e tentemos fazer a diferença com nossas vidas, nossas idéias e nobreza de nossos ideais.
Karis kai eirene!!

William de Jesus é pastor auxiliar na Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Ministério Sul fluminense – e Diretor do Instituto Bíblico das Assembléias de Angra dos Reis - IBADAR.