PASSANDO A SALVA
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São 10h13min.
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ARTIGO
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Nas próximas eleições municipais será testada a atenção que definitivamente será dada pelos TREs de todo o Brasil com o desenvolvimento das campanhas, com o acompanhamento das atividades dos comitês financeiros, e com o rigor nas prestações de contas, à posteriori, e tudo isso após o maior escândalo político do país, o mensalão. No entanto, creio ser difícil afirmar que não haverão práticas de caixa dois. A Justiça Eleitoral sempre acusa a ausência de melhor estrutura para o desempenho de suas atribuições e competências. Noutra vertente está a tão comentada reforma política, que vez ou outra está inserida em apaixonados discursos políticos mas que enfrentam fortes resistências para sair do papel. Assim, as dificuldades de se fazer uma boa ou razoável campanha dos menos abastados, os fazem entender a necessidade de circular com a salva em busca de possíveis ajudadores. Isso, por si só, cria um enorme fosso entre uns e outros postulantes. E, dependendo da região do país em que se efetue essa leitura a distância comentada é ainda mais abissal. O poder econômico de alguns retira o princípio social da Lei que reclama condições de igualdade na disputa do pleito. Vide casos de coronelismo, oligarquia e afins. Ademais, irregularidades como a boca-de-urna precisam ser coibidas e reprimidas pela Justiça e fiscalizada e denunciada pelo povo. Espero, sinceramente, que os TREs -ao menos- consigam moralizar mais as eleições municipais, em todo o território nacional.
ADELSON PIMENTA