ARTIGO
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Infelizmente, está minguando a produção pesqueira no Brasil- por diversos motivos, mas principalmente pelo desinteresse que tem sido dispensado ao setor, especialmente, pelos governantes. A falta de investimentos no setor e a burocracia no acesso as linhas de crédito, tem forçado sumir o peixe na mesa do brasileiro. E quando o produto é encontrado, o valor cobrado é impraticável. O peixe, que sempre foi uma das iguarias mais democráticas, sempre presente no prato e no cardápio do trabalhador, está virando artigo de luxo. As cidades litorâneas brasileiras, principalmente as dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, não tem nenhuma coordenadoria do Governo Federal, a disposição. O que havia, uma regional da SEAP- foi extinta. Angra dos Reis, sinto em citar, também retroagiu vertiginosamente extinguindo a Secetaria Municipal da Pesca, se tornando um setor qualquer no meio da papelada governamental. O subsídio do óleo diesel, da maneira em que está proposto, induz os pescadores a se amarrarem a sindicatos com os quais jamais tiveram qualquer relação direta, forçando os armadores a se associarem a essas agremiações. É imprescindível que seja repensado o futuro que desejamos para o setor pesqueiro brasileiro. Por exemplo, investimento em bombas de biodiesel não devem ser descartados, buscando a diminuição do caráter poluente. Os responsáveis pela subsistência da pesca não se podem permitir abdicar da obrigação imediata de se confeccionar e apresentar uma política séria na cadeia logística. O FINEP (Financiador de Ensino de Pesquisas e Projetos) precisa funcionar com maior desembaraço. Pesca é aquicultura, não agricultura e pecuária. Cada matéria, se levada a sério, precisa ser tratada dentro das suas especificidades. Novamente citando Angra dos Reis, o entreposto pesqueiro prometido, e extremamente necessário, não foi tirado do folhetim eleitoral, estagnou. Nos países de economia e pensamentos mais avançados, nos asiáticos e na Espanha, só para ilustrar, a pesca faz parte do substrato de vida deles. A pesca precisa de planejamento, mas sabidamente o setor não dá votos. Talvez seja esse o cerne ou o câncer da questão. No exterior, a carne mais valorizada é a do peixe. No Brasil, propositalmente, é um salve-se quem puder.
21/02/09
21h18min.
adelsonpimenta@ig.com.br
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