quinta-feira, 19 de março de 2009

PROGRESSO COM EXCELÊNCIA / OPINIÃO

Este espaço opinativo perde o seu sentido- se lido desacompanhado da leitura onde estão as duas postagens sequênciais com o título acima.
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Creio que a cidade de São Sebastião, por intermédio dos seus variados meios sociais e atores e vetores do desenvolvimento, entenderam a importância de se planejar. E o fizeram com certa antecedência. Hoje, basicamente, estão dando já o terceiro ou quarto passo rumo ao progresso com excelência, aquele que não desperdiça oportunidades, senão as cria- com ordem, estudos e planejamento. Ou seja, a cidade está começando a colher o fruto daquilo que semeou. No entanto, essa seara é muito mais vasta que o limite dos olhos alcançam, então, tem muitas oportunidades no mercado.

Tenho estabelecido críticas contumazes, por vezes até muito ácidas, simplesmente por que entendo que o município angrense está errando à mão nesse debate. Angra tem aeroporto. São Sebastião não tem. Angra tem ferrovia. São Sebastião não tem. Para alcançar a Via Dutra a cidade sebastianense precisa subir a serra, Angra precisa ir até Barra Mansa. Ou seja, em termos de logísitca, temos até alguns pontos mais favoráveis. Angra peca por não estar se utilizando das áreas de retroporto. São Sebastião tem alguma coisa, mas dispõe de serviços gerais de armazéns alfandegados, e está numa briga danada para a aquisição de uma ampla área ao lado do porto, certamente faz parte do seu projeto de ampliação e modernização.

Outro ponto, é quanto ao governo do estado. O governador JOSÉ SERRA/SP, tem atendido de forma prática à quase tudo o que reclama a cidade de São Sebastião, se envolvendo diretamente em determinadas articulações. Assim o faz em Santos também. Já o governador do Rio, SÉRGIO CABRAL, me parece muito entusiasmado e envolvido com os Portos do Rio e de Sepetiba, menos com o de Angra. Não sei se isso se deve ao desinteresse pessoal do governador, ou por falta de pressão política do governo angrense que, se quiser progresso com excelência, precisa se interagir mais com os demais setores interessados nesse processo. É exatamente assim que as cidades do estado de São Paulo estão agindo, nunca sozinhos.

Agora, com a operadora da ferrovia dizendo só poder atender a 10% da capacidade; com a bazófia em torno de míseros R$ 6milhões para a dragagem do porto; com o entrave provocado por outros interesses sobre as áreas reservadas para retroáreas; com o embaraço legal amarrado no Plano Diretor Municipal; com a dificuldade de projetos e investimentos na reordenação da malha rodoviária; com o amadorismo de pessoas em cargos estratégicos para lidar com a questão; com a ausência de um debate eficaz e pragmático sobre as questões envolvendo o pré-sal, na Bacia de Santos; com a falta de cursos de qualificação da mão-de-obra local para o atendimento do setor portuário- em suas diversas atividades diretas e indiretas; e com mais uma série de fatores negativos e nocivos ao desenvolvimento local, fica muito difícil. Mas, o mais incrível disso tudo é que ainda existam políticos que consiguem extrair discursos acalorados desse contencioso social.

Na Audiência Pública dos vereadores angrenses, por exemplo, para discutir o mega projeto Pré-Sal, trouxeram um sindicalista e um associado do grupo dos engenheiros para dar a palavra sobre o projeto. Aí, é brincadeira. Eu respeito todo mundo e tenho convicção de que sejam importantíssimos em suas esferas de atuação, mas para esse debate são tão influentes quanto a qualquer um de nós, meros trabalhadores.
19/03/09
15h43min.

adelsonpimenta@ig.com.br