sexta-feira, 3 de abril de 2009

AO DIRETOR DA "VEJA"

Enviei um e-mail para o Diretor da Revista VEJA que, sinceramente, não creio que será publicado, deve haver outras prioridades- mas mesmo assim enviei- e o reproduzo aqui na íntegra. Se alguém tiver uma resposta plausível, me enviem, por favor.
E-MAIL ENVIADO
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Caro DIRETOR,

Como sabes, sou um modesto blogueiro da cidade de Angra dos Reis/RJ ( BLOG ), e autodidata, pois não tive a oportunidade de fazer um curso acadêmico, em breve o farei- se DEUS quiser. Ainda assim, assessorei deputados federais prefeitos, vereadores, gerenciei áreas estratégicas de administrações municipais, enfim, tenho aprendido por aí. Tive um programa na TV à cabo, programa em rádio comunitária, escrevi (articulista) para um jornal diário de médio porte, o Imprensa Livre. Ainda assim, a maior dificuldade que tenho é a de aprender sobre economia. Confesso, esse é o meu fraco. Então, se cometer equívocos, me perdoe. Afinal, sou somente um cidadão com muitas dúvidas, que talvez os seus colunistas e redatores de economia possam sanar.

Vejamos:

Há uma dificuldade em manter as linhas de créditos em bancos e em financeiras, em taxas de juros praticáveis.
Há um assovio ao longe de que a próxima vítima- para manter um ar mais puro à meia dúzia de privilegiados, será uma mexida na poupança, pra baixo- é claro.
Há um sufoco dos estados e municípios com a dívida interna, um DEUS nos acuda, e que só tem crescido.
Há uma grita tão ensurdecedora quanto a queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), a ponto de o Congresso ter voz corrente em ferir a LRF para suprir as necessidades de cidades, principalmente as de menor porte.
Há um recuo na intenção de valorizar o salário do servidor, com um aumento significativo.
Há demissões acontecendo Brasil à fora.
Há uma instrução presidencial de que os tempos não são bons para se fazer greve.
Há uma corda bamba em que estamos tentando nos manter em pé nessa grave crise mundial.
Há um déficit primário inicial estratosférico- sem controle, e discurso que o defenda.
Há um déficit na Previdência Social, um fosso que agiganta a injustiça social com quem tanto produziu para este país.
Há um assustador encolhimento na receita líquida do governo.
Há gargalos logísticos carecendo de pesados investimentos, que impedem o Brasil de alavancar o seu PIB.
Há estados e, principalmente, municípios alertando sobre possíveis recuos nos investimentos previstos.
Enfim, há um desperdício de oportunidades e uma cegueira política atualmente que só segue pelo faro da ideologia em desuso e pelo tato da retórica de palanque e, com todo este cenário se agravando ainda mais, o nosso respeitável presidente LULA (que disse ter construído seu nome em cima de bravatas), não satisfeito com a timidez do país em épocas de vacas gordas, resolve fazer cortesia com o boné do povo- e em época de vacas magras. E ainda, para que não nos resumemos a isso, tem o Senado Federal criando mais vagas na superlotada Câmara dos Deputados. É uma brincadeira do Mês que começa com um "dia de mentira"? Sinceramente, não entendo de economia; será que a revista VEJA, respeitada mundialmente por suas convicções, poderia por favor me ajudar a perceber onde estou pecando por desconhecimento?
ADELSON PIMENTA
03/04/09
01hora
adelsonpimenta@ig.com.br