Há um custo político à ser pago quando se é governo, que muitos não assumem- por que tem juízo. Muitos são os bônus, mas quando chegam os ônus é que a coisa alcança o limítrofe da verdade dessa relação. O Rio de Janeiro tem recebido -inegavelmente- uma parcela interessantíssima dos recursos federais em investimentos, muito mais por conta da relação política criada entre o governador e o presidente da república, do que pela atuação da bancada carioca de deputados. Entretanto, subiu no telhado o clima sempre amistoso e fraternal entre os governantes. É o tal do ônus que, ao que parece, SÉRGIO CABRAL, que não é nenhum desajuizado, não está disposto a assumir. E o faz muito bem, pois será debitado em sua conta os dividendos políticos dessa intrincada equação chamada 'royalties do petróleo e do gás'. SÉRGIO CABRAL (RJ) e o governador do Espírito Santo, PAULO HARTUNG, ambos do PMDB governista, recusaram o convite do Presidente LULA para participarem, na próxima segunda-feira, em Brasília/DF, do lançamento do Marco regulatório do Pré-Sal. Ontem eu já havia postado que Cabral partiu pro 'front'- em relação a essa matéria, quando disse que lutaria "com todos os instrumentos democráticos" contra as pretensas e ventiladas mudanças na arrecadação de royalties e participações especiais do petróleo na nova regulamentação do Pré-Sal. Para se ter uma idéia da dimensão do estrago que será economicamente para esses estados a aprovação dessas novas regras nos moldes propostos no debate nacional, Rio e Espírito Santo juntos produzem 87% do petróleo do país. Essa disputa está muito acima de meras metáforas futebolísticas de Vossa Excelência.
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26/08/09 - 02h25min. - adelsonpimenta@ig.com.br - blog