terça-feira, 29 de dezembro de 2009

2010 E OS DESAFIOS DO MUNICÍPIO


O ano de 2010 não será apenas um ano de importantes eleições no Brasil, mas será também um ano que responsabilizará gerações futuras pelo que deixar de herança, a começar (ainda que tardiamente, a meu ver) a ser feito com os recursos públicos nos municípios litorâneos- frente ao Pré-Sal. No caso de Angra dos Reis, por exemplo, há indecisões que comprometem um planejamento amadurecido sobre o que se quer e pretende doravante. E tais mudanças exigirão políticas de governo, muito mais que intervenções urbanísticas e ambientais extemporâneas, defendidas por esse ou aquele partido. Segundo estimativas (a meu ver ainda com forte possibilidade de estarem subestimadas) o Orçamento angrense será de animadores R$ 530 milhões. A capacidade de endividamento do município está na zona da absoluta tranquilidade. A capacidade de investimento é das mais belas, podendo, (se usado racionalmente), chegar a casa dos R$ 70 milhões. Entretanto, numa leitura apressada na peça orçamentária não obsevei nenhuma emenda dos senhores vereadores que ensejem compromisso com a responsabilidade de se pensar esse futuro que começou 'ontem'. Há ainda um lastro para o Prefeito mexer nesses recursos com 30% de remanejamento. De algum modo isso é bom, não engessa, mas o orçamento não é impositivo, e sim autorizativo, Logo, entendo que, autorizar empréstimos financeiros; remanejamento sem qualquer consulta prévia; não emendar o orçamento; apresentar indicações diminutas, e não envolver a sociedade em decisões que realmente importam, como o Porto, o aeroporto, os royalties, o consórcio intermuncipal de lixo, a recuperação das áreas degradadas, não promover uma 'Conferência da Cidade', não debater a mobilidade urbana, deixar o setor pesqueiro a mercê de meros embates políticos de ocasião, apaziguar o setor naval com palavras de viés sindical e nada mais, bem como uma série de outras medidas corretivas de passivos há muito conhecidos é brincar com a sorte, pois Angra 3 e o Pré-Sal trazem para a região forte expectativa de alterações por demais significativas.  Senhores, entendo que sem a ousadia de transformar tanto dinheiro público em justiça social e melhora na qualidade de vida dos cidadãos, é desperdiçar energia e perder valiosas oportunidades. Ao debate, urgentemente!
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10h46min.             -          adelsonpimenta@ig.com.br