Escrevi um texto crítico/analítico, postado um pouco antes deste espaço- sob o título: (Angra: O Aporte de Recursos)- sugiro a leitura, antes que continue neste. Feito isso, continuemos então. Agora, dando cabo àquela prosa, precisamos envidar esforços para exercitar o controle social sobre tantos recursos públicos e, ao mesmo instante, deve também o governo estimular ambientes de discussões sociais enriquecida do pragmatismo necessário para que objetivos como a justiça social, o reordenamento urbano racional, a organização da expansão imobiliária e econômica, entre outros fatores igualmente fundamentais, não se percam no arenoso terreno do desperdício. Talvez numa crítica que possa ser considerada um pouco mais ácida, o que tenho visto em Angra -há anos- é uma pujança econômica na esfera pública; baixo estímulo ao pluraismo cultural; desabastecimento de uma cidadania crítica e reflexiva qualificada; e muitas falhas e responsabilidades dos mais diversos atores pretensos neste contexto. Hove conquistas- é claro, que sobreposta na planta de necessidades prioritárias, perdem parte do sentido de ter havido. O transporte coletivo urbano carece de discussão, e o Conselho Municipal do Usuário emoldura-se em obsequioso silêncio; os setores econômicos tradicionais da cidade estão com respostas muito aquém da demanda sabida; enfim- há tradições e há novos instrumentos de gestão pública que propiciam sensível melhora na qualidade de vida dos cidadãos, dos quais nenhum governo tem o direito de abdicar. Todavia, há também atitudes e deveres que estão embutidos nos afazeres da população, mas que parcela considerável da sociedade desconhece ou ignora ou finge não ser consigo. Enfim, o trato de temas imprescindíveis deve ser dado multidisciplinarmente- e logo, mesmo já estando atrasado. Desse modo, o 'Congresso das Associações de Moradores', o projeto 'Angra dos Meus Sonhos', as 'Audiências Públicas', a 'Conferência da Cidade', a discussão do 'Plano Diretor Municipal', a reunião dos 'Conselhos Municipais' existentes, são meios importantes para que se desenhe um novo modelo aplicativo de investimento público, com regras e objetivos para o estímulo ao investimento privado e a exaustiva participação popular também. Eis aí agora um novo 'Escritório de Gestão Pública' que, em tese, poderia acionar o botão que faça com que tudo isso comece a funcionar verdadeiramente, embora pessoalmente eu defenda há tempo um outro modelo de gestão. Mas falarei disso logo mais.
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