quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

ELES NÃO DEVERIAM ESTAR AQUI

MATÉRIA EXTRAÍDA
(Revista 'Isto é')
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O Brasil que conta as vítimas das tragédias do Réveillon não se deu conta de que o clima já mudou e de que é preciso rever as leis para impedir, cada vez com mais rigor, a ocupação de áreas de risco

Enseada do Bananal, Ilha Grande (RJ): 31 mortos num paraíso de perigos ignorados

Em menos de um mês as chuvas mataram 138 brasileiros, causaram prejuízos estimados em mais de R$ 1 bilhão e destruíram o mito de que o Brasil é um país imune a grandes desastres naturais  

 O mito de que o Brasil é um país imune aos desastres naturais foi abaixo com as chuvas que colheram a vida de 138 brasileiros e causaram prejuízos de mais de R$ 1 bilhão desde o início de dezembro. Abaixo foram também as justificativas confortáveis e conformistas de que tragédias como as de Angra dos Reis (RJ), Cunha (SP) e de tantas outras cidades brasileiras ao longo das últimas décadas são fruto único e exclusivo de simples fatalidades causadas pelas incontroláveis forças da natureza. Não são. As mudanças climáticas que mobilizam o mundo deixaram de ser uma previsão e há fartura de tecnologia para se saber que casas encravadas na encosta de uma região com índices pluviométricos historicamente elevados têm uma probabilidade razoável de simplesmente ser carregadas com chuvas intensas. O clima mudou, e a tendência é de que histórias trágicas como as relatadas nessa primeira semana de 2010 se repitam com cada vez mais frequência, caso o poder público continue atribuindo aos céus a culpa pelos seus mortos.

DOR
Mais de 20 pessoas perderam a vida na pousada Sankay e casas vizinhas na virada do ano, na Ilha Grande


As 74 mortes de Angra, e da Ilha Grande, são, talvez, o exemplo mais explícito de que os governantes e os brasileiros em geral precisam de uma vez por todas entender que a natureza é outra e não há como desafiar sua força. Velhas crenças de que áreas de mata nativa, preservadas, ainda que em encostas, são áreas seguras porque o homem não fez uma intervenção ali precisam ser esquecidas. Os mortos da Pousada Sankay, localizada em uma área preservada na Ilha Grande, são prova disso. Cidades sem histórico de enchentes, como São Luiz do Paraitinga (SP), precisam, a partir de agora, estudar melhor sua geografia, sua geologia e sua hidrologia para ter uma noção exata de que perigos correm. E as leis de ocupação do solo, que nunca foram respeitadas como deveriam, precisarão ser revistas – e se tornar mais rigorosas – para que a cada ano o País não precise parar para contar suas vítimas do clima. 
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18h03min.               -                  adelsonpimenta@ig.com.br