Tenho podido circular por muitas cidades e conhecido pessoas muito interessantes, mas ainda não estive num lugar onde a sociedade discuta política com tanto entusiasmo como acontece em Angra dos Reis. As ruas da cidade são salas de aula de uma verdadeira universidade pública a céu aberto. E lá, pelos cafezinhos da cidade, o burburinho alimenta as especulações, que não estão dissociadas do conteúdo político da cidade. Extraordinário, simplesmente. Por hora, o papo que domina as consultas aos muitos cientistas presentes em cada rodada de xícaras de chá e de café, é o cenário estadual na disputa pela Alerj e pela Câmara dos Deputados, pelos quais haverá angrenses na disputa direta. A vereadora VILMA DOS SANTOS (PRB), presidente da Câmara Municipal e ligada ao poderoso grupo IURD, já se movimenta nos bastidores na construção de alianças, mas tem um revés com o TRE- que precisa ser resolvido em tempo oportuno; o vice-prefeito, ESSIOMAR GOMES (PP), continua articulando apoios, mas ainda não venceu judicialmente a condição de inelegibilidade; o ex-deputado AURÉLIO MARQUES (PR), segundo sua assessoria, constrói um leque de apoiadores para sua possível candidatura pelos mais diversos municípios do estado, pois contaria com boa adesão de simpatizantes em Angra, e está elegível. No mais, caso hajam outros nomes que anseiem a disputa pelo pleito, correm na raia miúda. O jogo à vera mesmo está entre esses nomes e toda a estrutura política que os cerca. Para a disputa por uma cadeira em Brasília, dois ex-prefeitos disputam diretamente, sendo o atual deputado federal LUIZ SÉRGIO (presidente estadual do PT), intrínsicamente ligado aos movimentos sindical e popular, além de ter doutorado na movimentação pelos cochicholos do poder só estando sob os holofotes quando quer; e FERNANDO JORDÃO (PMDB), empresário e bem relacionado com diversos meios sociais e do poder, é debutante nessa disputa, mas -ao que parece- dispõe de estrutura econômica interessante e se movimenta com intensidade por outras cidades buscando a construção de dobradinhas com pretensos candidatos à Alerj. Por fim, no papo de cafezinho (que é de onde esta NOTA extraiu o que interessa agora), Angra só faria um representante para cada Casa, sendo uma no Rio (Alerj) e outra em Brasília (Câmara). Quanto aos possíveis nomes, os palpites são muitos mas nenhum conclusivo, por que esta finalidade está intransferivelmente reserada para as urnas, de onde legitimamente se recolhe a vontade popular outorgada democraticamente pelo voto. Continuarei aqui tomando um cafezinho. Servidos?
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09h56min. - adelsonpimenta@ig.com.br
