Em campo, os líderes eclesiásticos. Eles há muito se envolvem no processo eleitoral, mas normalmente ocupando espaços de mobilização e convencimento do seguimento evangélico para que os membros de suas organizações religiosas votem com suas indicações. Essa relação direta entre a igreja e a política tem sido contestada por alguns teólogos, mas o fato é tratar-se de uma realidade. Porém, o caso agora é outro. Os pastores evangélicos articulam nos cochicholos na tentiva de reaproximar o ex-deputado AURÉLIO MARQUES (PR) do Governo municipal. AURÉLIO rachou com este grupo na indicação do nome do PMDB para a última eleição majoritária, quando houve renúncia em massa do Diretório, sendo constituída uma Executiva Provisória -que deu a TUCA JORDÃO (eleito) a condição de representar o partido no pleito. AURÉLIO ficou numa banda, em apoio a candidatura da oposição, e os pastores ficaram -em sua maioria- na outra banda, com o governo. Nesta última eleição, AURÉLIO migrou para o PR e se juntou a outro dissidente, o ex-governador GAROTINHO. Hoje a aposta é sobre o próximo passo de AURÉLIO, que não se elegeu a deputado estadual nesta última eleição, mas se mostrou dono de um patrimônio de votos bastante respeitável. Em seu partido, porém, sua estrela não brilha mais sozinha -como de hábito; há uma liderança política expoente, o vereador LEANDRO SILVA. Ambos são evangélicos, e por ironia ou destino -sabe-se lá- ambos pertencem a mesma igreja evangélica e são pastoreados pelo mesmo pastor, sendo este um dos que lideram essa articulação pelo retorno de AURÉLIO à base governista. No PR tem ainda um outro vereador evangélico, o JOSÉ MARIA (hoje presidente da Câmara), que é membro de uma igreja também pentecostal e é ainda pastoreado por um dos líderes eclesiásticos que também está nessa linha de frente para convencer AURÉLIO a tornar ao governo. Quanto ao grupo governista, liderado pelo prefeito TUCA JORDÃO e pelo ex-prefeito e deputado suplente FERNANDO JORDÃO, ao que parece, não há restrições quanto as mexidas propostas pelos pastores, afinal política se faz compondo -sempre. Quanto ao grupo oposicionista, ao que parece, o momento é de dar corda, afinal AURÉLIO é adulto e sabe o que faz. Quanto ao próprio AURÉLIO, só ele mesmo é quem pode dizer, afinal -nunca se sabe, e a política é dinâmica. Se o cavalo passar encilhado, oremos. Ao jogo!
19h50min. - adelsonpimenta@ig.com.br
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