Nas págs. 56 e 57 da excelente 'Revista Alfa', no espaço 'Playground - Boa Vida', sob a escrita de NIRLANDO BEIRÃO, o articulista escreve "Meu primeiro barco". O objetivo da abordagem não é necessariamente para elogiar a cidade de Angra, mas isso se torna numa inevitável constatação. O pior, esculacha com a honrada função desempenhada pelos marinheiros. O melhor, aponta a Ilha da Gipóia, em Angra, como um local onde se pode ver o boom sobre o setor náutico, e o tráfego intenso de lanchas de grande porte e outras embarcações igualmente luxuosas. Leia -em destaque, o trecho interessante da matéria, abaixo:
Ainda assim, barco é o tipo de coisa na qual a fantasia supera o aborrecimento. Você sabe o tamanho da encrenca — a gente nem fala do preço, né mesmo? —, mas insiste. Quer dizer, tem gente que insiste, muita gente, e, se você acha que os vendedores estão lhe botando 18 meses na fila só para criar dificuldade e valorizar o produto, sugiro uma escapada até, por exemplo, a Ilha da Gipoia, em Angra, até, digamos, a Praia do Vitorino. O sonolento naco do paraíso é agora, em dias ensolarados, uma ecumênica colméia de mastros, velas, cascos e motores, congestionamento tal que você tem de atravessar a braçadas uns bons 100 metros se quiser chegar à areia.
Passei recentemente pelo Vitorino a bordo de um magnífico iate de 40 e tantos pés — de um amigo rico e generoso, é claro. Quem nos acompanhava, e rapidamente agarrou-se à roda de leme, foi um enólogo de Bordeaux a quem cabe zelar pelo melhor vinho de sobremesa do mundo e pelo melhor tinto de Saint Emilion, apenas e tão somente isso.
Francês raro esse monsieur Lurton, já que capaz de se emocionar. Comportou-se como se fosse a primeira e a última vez, como se nunca mais fosse usufruir tão plenamente do canto perfumado do azul (desculpem, a expressão não é minha, e sim de um velho tango dos argentinos e irmãos Virgilo e Homero Exposito, que nunca estiveram em Angra e, assim, nem desconfiaram do que estavam perdendo).
21h47min. - adelsonpimenta@ig.com.br
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