terça-feira, 23 de agosto de 2011

SETOR NAVAL: ARTIGO DO SINDICALISTA

PAUTA DO LEITOR
( Por e-mail )
De: HELINHO DO SINDICATO
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Prezado amigo e competente blogueiro,
Adelson Pimenta.

Uma excelente notícia dos últimos dias que teve pouca senão rara cobertura da mídia em geral, que atende diretamente aos interesses dos nossos munícipes e que gostaria de sua gentileza de que fosse abordada pelo prestígio de seu blog, foi o fato de o setor naval ter aprovados recentemente R$ 9,8 bilhões pelo Fundo de Marinha Mercante. Na esteira desses recursos está a previsão de financiamentos de 217 empreendimentos de construção naval e 6 estaleiros novos. Há um ambiente de otimismo por parte de todos que estão ligados ao segmento naval e offshore. O cenário da indústria naval é promissor e já registra algo em torno de 60 mil empregos diretos e mais de 32 mil empregos diretos na indústria náutica para lazer e turismo, de acordo com informações prestadas pelo Sindicato Nacional da Indústria Naval e Offshore (Sinaval). 

Só em Angra, no estaleiro Brasfells, são gerados em torno de 8,5 mil empregos diretos e aproximadamente 25 mil empregos indiretos, com uma folha de pagamento que orbita em torno de R$ 35 milhões/mês. Os números não são absolutos por conta das variações contratuais que o mercado tem, mas representam o atual momento. Estamos com as obras da P-61, e a de reparos e manutenção de três outros contratos, sendo que duas delas, sendo a "Cidade de Paraty" e a "Cidade de São Paulo" farão integração com o casco que vem do exterior. Há encomendas pelos estaleiros brasileiros que somam 278 empreendimentos, estando em construção 10 plataformas para produção de petróleo (cascos e módulos de processos), outras 5 plataformas têm seus módulos de processo construídos com conteúdo local. Concernente as sondas de perfuração, estão em construção 9 unidades, sendo 2 sondas autoelevatórias (jack up) e 7 navios sonda. Nossa luta, todavia, não para nesta análise favorável ao setor naval, já que o Sindicato dos Metalúrgicos de Angra e Região, para o qual fui honradamente eleito pelos trabalhadores para presidir, está empenhado na luta e na expectativa pela decisão anunciada pela Petrobrás de construir no Brasil mais 21 navios sonda, com licitação prevista para o próximo dia 2 de setembro -com a entrega da Carta aos concorrentes.

Os projetos com prioridades de financiamento aprovados pelo Fundo da Marinha Mercante representam mais 29 navios de apoio marítimo, navios para transporte de produtos derivados de petróleo, 24 empurradores e 124 barcaças para transporte fluvial. Temos travado um diálogo incessante com os empresários do estaleiro Brasfells para que disputem os certames licitatórios por tais construções, pois nossa vanguarda está não só na manutenção dos postos de trabalho existentes como também na abertura de novas oportunidades. Não obstante, após a definição de que nosso estaleiro é o único que atende a todas as exigências contratuais, será a sede do Promimp, numa parceria com a Petrobras e o Senai, com a ministração de diversos cursos de qualificação profissional para atendimento das necessidades do setor naval brasileiro. 

A preocupação de nossa diretoria nos faz agir com cautela e planejamento por termos a certeza do grau de competitividade entre os estaleiros, e por isso investimos forte na qualificação dos recursos humanos. Superamos uma conjuntura trágica para nosso setor entre os anos 80 e 90, assim como provamos a capacidade do trabalhador angrense e da região. Cumprimos à risca todos os prazos contratuais estabelecidos e empregamos a qualidade exigida pelas mais rigorosas certificações de padrões internacionais. No evento de batismo da P-56, em Angra, a companheira e presidente do Brasil, Dilma Roussef, anunciou a criação da indústria de 'navipeças' que creio que porá o Brasil como o grande exportador do setor naval e offshore, em breve. É importante demais o fato de o Governo do Estado do Rio de Janeiro ter anunciado um pacote de incentivos para a indústria naval em projeto que inclui cessão de terrenos, redução de tributos, financiamentos e capacitação da mão de obra, assim como foi imprescindível a desoneração tributária concedida ao setor naval pelos entes federados, com ênfase ao entendimento político das forças municipais. O Rio mantém a liderança no setor naval. Atualmente, a área emprega quase 25 mil profissionais. Apesar de números animadores e estimulantes, estamos longe da acomodação. Estamos na luta.

A Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Ofsshore (Abenav), considera a necessidade de construção de 105 novas plataformas como base para exigir encomenda de 550 novos barcos de apoio e mais 90 navios, e a expectativa de novos contratos aumenta consideravelmente com o Plano de Investimentos da Petrobras. Por essa disputa que o mercado exige, consideramos nosso Know-How o mais adequado do Brasil e nosso Portfólio não deixa nada a desejar, e sim compete com os mais badalados do mundo moderno. Nosso estaleiro é significativamente moderno, nossa logística é atrativa, mesmo reconhecendo a necessidade de mais investimentos, e nossa mão de obra é indiscutivelmente a primeira em qualidade e conhecimento no mundo. Estamos cientes dos desafios que temos pela frente, e prontos para dar as respostas que o Brasil precisa nesse momento de progresso e desenvolvimento. A família metalúrgica de Angra e Região, por intermédio de sua representação sindical, está em pé para atender ao progresso da nossa nação.

Hélio Severino (HELINHO)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Angra e Região

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