quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

REVISTA DIZ QUE A PESCA PÕE EM RISCO O EQUILÍBRIO DO PLANETA

Reconheço o esforço jornalístico da importante revista 'Horizonte Geográfico' (edição n° 137) com as questões ambientais e a sustentabilidade das ações em nosso meio -óbvio. Todavia, ouso em acusar falta de compromisso da matéria -com outras abordagens sobre o assunto, muito bem escrita pela jornalista NATÁLIA MARTINO, diga-se de passagem, sob o título:_"No limite da irresponsabilidade" (ênfase/subtítulo:_"A pesca excessiva está colocando em risco não apenas o equilíbrio da fauna marinha, mas o bem estar do planeta inteiro"). De cara, levanto uma suspeita:_A que interesse atende de fato esta matéria, quando extrai somente da pesca todo embasamento para declarar que a atividade está pondo em risco o bem estar do planeta inteiro? Chuta que é macumba. Alto lá! Eu os convido à leitura (o título acima é o link da matéria, basta clicar sobre). 
Ora, deixo algumas perguntas para resumir 
um pouco de minha contraposição:
a) Por que a matéria não fez levantamento sobre o impacto das muitas perfurações de sondas sobre o fundo de nossos oceanos?
b) Por que a matéria não ouviu especialistas em engenharia e oceanografia, entre outras ciências, sobre os impactos gerados pela intensa movimentação de embarcações de grande porte no apoio de offshore às operações petrolíferas?
c) Por que a matéria não foi dialogar com a comunidade científica e conhecer um pouco os muitos estudos e pesquisas existentes sobre impactos ambientais ocorridos por construções que avançaram de nossos costões rochosos para o mar?
d) Por que a matéria não se dedicou a conhecer a quantidade de dragagens efetuadas Brasil à fora para atender a demanda expansionista da economia brasileira, com construções novas, ampliações de portos, construção de navios e plataformas -e seus impactos?
e) Por que a matéria não declinou sobre um levantamento criterioso sobre os muitos incidentes ambientais acontecidos em nosso espaço marítimo, como derramamento de óleo? Neste foco, outro dado que deve ser discutido e analisado são as muitas multas aplicadas sobre tais infrações -e uma busca sobre seu devido retorno na reparação dos danos causados ao meio ambiente onde ocorreram os sinistros. Pergunto: Por que não? 
E mais...
Me parece ter sido mais fácil ouvir meia-dúzia de profissionais e atacar veladamente o setor mais frágil dessa cadeia produtiva -a pesca. Não estou aqui me furtando ao reconhecimento de que é preciso haver mexidas no modelo de captura do pescado, principalmente sobre o que se dá no fundo de nossas baías; todavia, daí a jogar nas costas dos pescadores a responsabilidade pelo bem estar do planeta...espera aí. Como bem diz a matéria, os dois principais programas atuais de estímulo à indústria pesqueira são o Programa Nacional de Financiamento e Modernização da Frota Pesqueira Nacional (Profrota Pesqueira), que facilita o acesso ao crédito para financiar a aquisição, a construção e a compra de equipamentos para as embarcações; e o Programa de Subvenção ao Óleo Diesel, que subsidia a compra desse combustível. Mas, a jornalista não procurou saber as garantias que são exigidas do pescador para o acesso ao financiamento do Profrota -que é excludente em sua essência; nem procurou saber a fórmula mágica que atende aos grandes sindicatos estaduais para o pequeno pescador poder acessar a Subvenção do Óleo Diesel, além da má vontade dos Secretários de Fazenda dos Estados, com essa pechincha. Em outro trecho da extensa e boa matéria, a narrativa diz que, mergulhar com tranquilidade entre tartarugas e corais na região de Angra dos Reis e assistir, de um ponto de vista privilegiado, à exuberância da fauna marinha da região foi possível graças à transformação da área na Reserva Biológica da Ilha Grande. Lêdo engano, a coisa não se deu por conta disso -a história é totalmente outra, que abordarei em um capítulo específico. Por esses eventos, digo com convicção que mais prejudicial que a pesca para o planeta -como disse a jornalista, é a omissão que ela se permite sobre vários outros pontos desta prosa. 
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01h16min.           -          adelsonpimenta@ig.com.br

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