quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

No 'Manual para a Decretação de Situação de Emergência ou Estado de Calamidade Pública', há diretrizes à serem obedecidas. Não tenho dúvidas da capacidade do Município angrense em conhecer e seguir os procedimentos, o que estranhei foi a orientação dada à Prefeita da cidade quando as chuvas visivelmente castigavam vários bairros e deixavam lugares isolados; no que, ao invés de assumir oficialmente o caso e decretar Situação de Emergência, numa reunião ocorrida no Palácio Guanabara, com o Governador do Estado e com o Ministro da Integração Nacional, a Prefeita optou por pedir dinheiro, ao invés de seguir os procedimentos que o caso requeriam. Menos de uma semana depois, a Prefeitura emitia 'nota' e organizava entrevista seletiva para dizer que houve reconsideração e blá blá blá, que então a Prefeita resolvera fazer - antes tarde que nunca - àquilo que já deveria ter feito antes. Na oportunidade, falou-se de uma reunião que aconteceria em Brasília com o Ministro FERNANDO BEZERRA. Mais de uma semana, portanto, depois das chuvas, a Prefeitura emite outra 'nota' dizendo que houve reconhecimento do Ministério da Integração Nacional sobre a decretação da Situação de Emergência de Angra. Óbvio que sim. Na verdade, já tinha havido esse reconhecimento muito antes, só a Prefeita e sua entourage é que parece não terem percebido ainda. Enfim, crítica pronta.

Tornando ao 'Manual', vale à pena uma leitura em seu Sumário, que aponta:

I -  Introdução 
II - Conceituação  
III - Classificação dos Desastres 
IV - Classificação dos Danos e dos Prejuízos 
V - Competências e Responsabilidades dos Dirigentes  
VI - Critérios e Procedimentos para a Decretação de Situação de Emergência ou de Estado de Calamidade Pública 
VII - Sistema de Informações sobre Desastres 
VIII - Formulário de Notificação Preliminar de Desastre  
IX - Formulário de Avaliação de Danos

Pelo Facebook, na rede social, na página oficial da Prefeitura de Angra, fiz um questionamento - e não obtive qualquer resposta até o momento:


Voltando, pois, ao Manual de Decretação, ele é específico em suas exigências, tais como a obrigatoriedade de estimativa de tempo necessário para o restabelecimento da normalidade das áreas atingidas, bem como determina que se indique quais as áreas que foram atingidas e se tornaram objeto da decretação de Situação de Emergência. Em Angra há instalações nucleares, o que deve ser informado em documento separado na ocorrência de anormalidade na formatação do Decreto. A Política Nacional de Defesa Civil, em consonância com a doutrina internacional, estabelece que as ações de redução de desastres abranjam os seguintes aspectos globais:

- prevenção de desastres;
- preparação para emergências e desastres;
- resposta aos desastres;
- reconstrução.
Enfim, como disse e reitero, uma lida neste manual é muito interessante. Mas, a Prefeitura de Angra se nega a informar a coisa mais básica, que foi o que perguntei pelo Facebook. Outra coisa, a Prefeita CONCEIÇÃO RABHA chegou naquela reunião no Palácio Guanabara com um valor em suas petições, de mais de R$ 70 milhões. Pouco tempo depois refez as contas e aumentou os valores para mais de R$ 80 milhões. Novamente, sem dizer publicamente sob quais bases fundamentou tais valores. Longe de mim dizer que há erros nisso, só peço a gentileza de que o governo petista em Angra haja com mais transparência. Na verdade, sequer estabeleci críticas ainda, estou formulando questionamentos e contribuindo com sugestões; pode até ser pouco, mas é mais que o que o seu staff tem feito por ela até agora, com todo respeito. A decretação da Situação de Emergência em Angra interessa a quem? Por quê? Quais os bairros estão atendidos na formalização do documento? Qual o tempo estimado para a recuperação da normalidade? Quais projetos foram considerados para se chegar aos valores pedidos extraordinariamente? 

Não nos esqueçamos que, por exemplo, foi a bancada do PT que propôs na gestão passada, do ex-prefeito TUCA JORDÃO, a criação de uma Comissão Especial na Câmara para acompanhar o emprego dos recursos extraordinários que o governo havia conseguido junto a empresa Eletronuclear em contrapartidas do empreendimento Angra 3. Eu não falei em compensações  o que é definido pela Câmara de Compensações do órgão licenciador; eu falei em contrapartidas, que foi fruto de negociações políticas entre o Prefeito e a direção da empresa Eletronuclear. O PT fez certo ao exigir transparência no passado, e agora - estando no poder, pensa diferente?
-
16h57min.     -     adelsonpimenta@ig.com.br 

Um comentário:

OBSERVADOR disse...

Vereadores foram feitos para representar o povo e seus interesses, quando digo seus interesses, digo interesses do povo. Devem criar novas leis para melhoria da qualidade de vida da comunida que o elegeu. Ao elege-lo, a comunidade depositou total confiança no indivíduo acreditando que o mesmo irá corresponder a toda confiança que lhe foi depositada. Mas se a cada eleição os eleitos se mostrarem corruptos, sem moral e nenhuma confiança, a comunidade fica perdida nas maos de bandidos desclassificados. A linda Cidade Angra já virou terra de ninguém. Realmente precisamos que surja uma 3ª via, um novo nome com uma nova equipe, formada por pessoas realmente competentes de boa indole. Chega de pilantras enganadores oportunistas que nada fazem a não ser roubar e intimidar as pessoas que tentam combater o mal que engoliu nossa cidade. O próprio angrense jé se engessou nesta corrupção: É venda de votos, é empreguismo é propina é super faturamento, é acordo da prefeitura passada com a atual é tudo que não presta mais. Precisamos de um banho moralidade, vergonha na cara, mas estas são palavras que a muito foram banidas do vocabulário dos angrenses, estamos colhendo o que plantamos, esta é a colheita maldita. Precisamos de novos agricultores com novos adubos. Espero que as pessoas de bem não tenham medo de postarem seus comentários, pois graças a Deus existe o anonimato, que nos protege de ser retalhados, perseguidos. O anonimato se for bem usado é uma grande arma contra a corrupção com proteção total. Não é a toa que o disque denúncia deu certo. Assinado: OBSERVADOR.