domingo, 21 de abril de 2013

LIXÃO DO ARIRÓ: VAMÔ ACABAR COM ESSA BANDALHA AÊ

PAUTA DO LEITOR
( Enviado por e-mail )


O resultado de um mês de trabalho árduo, de pesquisas e visitas ao lixão do Ariró pelas equipes de reportagem do jornal A Cidade, são três matérias sobre a real situação daquele que um dia já foi chamado de aterro sanitário. Elas estão publicadas na edição desta sexta-feira, 19. Há duas semanas o semanário já havia denunciado um esquema montado para beneficiar empresas pertencentes a pessoas próximas à prefeita Conceição Rabha. Mostrou ainda que o mesmo Inea que disse que o aterro da Locanty não pode receber o lixo de Angra, deu licença para o aterro operar até dezembro de 2015. Sem dizer no aumento de 94% que o preço do lixo sofreu após três empresas passarem a fazer o trabalho que apenas uma fazia até o ano passado.

Nessa semana as imagens que o jornal traz em uma edição especial e colorida são chocantes. Animais mortos e lixo hospitalar foram encontrados ao ar livre. Ao saber da presença da equipe de reportagem de A Cidade no lixão na quarta-feira, a prefeitura rapidamente soltou uma nota informando que teria havido um vazamento de chorume no local mas que o mesmo já havia sido contido e que o problema teria sido denunciado ao Inea para providências. Só que a denúncia é bem maior do que a questão do chorume. A equipe do jornal A Cidade notou que as placas dos caminhões que transportam o lixo até Seropédica são de Santo André, São Bernardo do Campo, dois conhecidos redutos do Partido dos Trabalhadores, e de Goiânia. Levantando os dados das placas, descobriu-se que esses veículos pertencem a Delta Construções, empresa do bicheiro Carlinhos Cachoeira, que está envolvido em sérias denúncias de desvio de dinheiro público. Leia a matéria completa na edição desta semana.


COMISSÃO DE SAÚDE DA CÂMARA 
AVERIGUA VAZAMENTO DE CHORUME

Ciente da nota da prefeitura, a Comissão de Saúde da Câmara esteve na manhã de ontem, quinta-feira, 18, no lixão do Ariró para averiguar a veracidade das informações. E o que foi visto pelos vereadores Helinho do Sindicato, José Antônio Azevedo e Jairo Magno, foram imagens tristes e chocantes. O chorume do lixão público que se tornou o antigo aterro controlado, continua correndo diretamente para dentro do Rio Ariró, que desemboca no mar. A poluição das águas é evidente. A verdade, nua e crua, é que a situação no local é crítica. 

O mau cheiro é tão grande que a ânsia de vômito é inevitável. Os urubus voltaram às centenas e se refestelam nas montanhas de lixo. Além do chorume que corre para as águas do rio, outro crime ambiental está sendo cometido no local. O lixo hospitalar da cidade está espalhado ao ar livre causando um grande risco de contaminação do solo e pondo em risco os funcionários que trabalham no local. As seringas que estão espalhadas em meio ao barro do local são altamente infectantes e podem transmitir doenças caso perfurem alguém. Sem falar nos sacos com sangue e placenta humana que estavam expostos ao ar livre. Tudo fotografado e filmado.

Quando anunciou que levaria o lixo de Angra para Seropédica  a prefeita Conceição Rabha disse que os resíduos seriam pesados, e não mais medidos por estimativas. Ontem, quinta-feira, 18, o subsecretário de Comunicação da prefeitura, Klauber Valente, confirmou que a prefeitura estaria pesando o lixo antes do mesmo ser levado para Seropédica  Porém, em todos os dias que a reportagem do jornal A Cidade esteve no local, não viu em momento algum a pesagem do lixo. Foi registrado apenas as máquinas jogando o lixo diretamente dentro dos caminhões antes que estes seguissem o seu caminho. Valente também informou que dentro de 10 dias não haverá mais lixo no local. Difícil acreditar por que os caminhões com o lixo produzido na cidade não param de chegar. Questionado sobre o fato, Valente voltou atrás e, com bom senso, disse que a quantidade de lixo deverá ser menor no local no prazo estipulado. 

Assim, quem está pagando um alto preço pela bandalha do lixo é o Meio Ambiente da cidade, tão cuidado quando o assunto é demolir casas de pessoas humildes, como na Itinga e no Campo Belo, e tão negligenciado quando realmente deveria ser cuidado. 

Jesiel Ferreira Lucas
Jornalista, foi subsecretário de Comunicação da Prefeitura de Angra, repórter da TV Câmara, radialista da Rádio Angra AM e âncora do programa Interativo da Master TV (Net/Angra) 
-
12h37min.     -      adelsonpimenta@ig.com.br

Nenhum comentário: