segunda-feira, 15 de julho de 2013

SIMBIOSE NO PODER EM ANGRA

Tenho entendimento de que o governo da prefeita petista Conceição Rabha em Angra precisa muito do seu partido PT. Parece uma leitura óbvia. E é. Mas, o PT também depende muito da prefeita Conceição no Governo de Angra. Parece redundante. Não é.


O partido foi vencido nas urnas após 12 anos no poder, e ficou outros 12 anos fora. Nesse período, alguns dos quadros petistas que mais se destacavam foram chamados aos serviços em outras bandas, e a organização partidária em Angra conheceu um distanciamento com o eleitor que se aprofundou a cada ano que ficava fora da tomada de decisões. A fraqueza do partido o tornou ainda mais dependente da prefeita. E ela, dele.

Da liderança que assumiu o governo em Angra sucedendo o PT, creio eu, restou desfigurada a construção de uma identidade partidária, tendo sido personificada no ex-prefeito Fernando Jordão. Fácil de entender, ele se elegeu por um partido, mudou para outro e depois migrou para outro - e no caminho que fez do PDT para o PSB e finalmente para o PMDB, foi sua figura pessoal que ascendeu, não a do partido. No caso do ex-prefeito Tuca Jordão, a sina é parecida. Sacado de uma conjuntura partidária intrincada, fez um governo com forte ação e discurso mais técnico que político, porquanto, fala-se nele para o bem ou para o mal, e não no partido necessariamente.

Com a prefeita Conceição é outro papo. Ela é do PT. Eles são indissociáveis. Mas, observem que o resultado obtido nas urnas nas duas últimas eleições municipais demonstra uma importante evolução sobre a quantidade de eleitores descontentes. Ao PT, resta ajudar a prefeita para que lhe assegure uma reeleição menos traumática do que foi a tentativa de retomar o poder após 12 anos. À prefeita Conceição, não sobra muitas alternativas senão exigir mais do PT. Seu governo de coalizão foi construído com partidos de siglas menores e com raríssimos quadros que configurem um diferencial, portanto, Ela precisa muito do PT, e o PT precisa muito do sucesso do governo dela.

Em jogo está a capacidade do PT em se manter no poder sob a égide da LRF, do qual ficou excluído na última década, em fazer de seu único quadro competitivo eleitoralmente na cidade - uma prefeita que aplique a "mudança" prometida durante a campanha eleitoral, que não permita o surgimento de dúvidas quanto a sua capacidade de governar na mente e coração de mais de 50% do eleitorado angrense. Conceição Rabha sabe que essa relação vai além do que gostaria em termos de instrução e já convocou os cabeças da legenda na cidade para lhe prestarem assessoria. O desafio do PT não é menor que o da Prefeita no poder, é simbiótico.
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11h17min.     -       adelsonpimenta@ig.com.br

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