Comentário do Leitor, em destaque
Obs) À pedido, preservarei sua identidade
Ref. Postagem: "As Negociações com o Setor Naval"
Via e-mail
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Amigo,
Sou um leitor assíduo de suas críticas e opiniões, embora naturalmente não concorde com todas, mas as leio e aprecio com alguma inveja sua técnica na composição dos textos.
Adelson, a questão dos metalúrgicos eu acompanhei de perto desde o seu início, havia ali um desconforto geral dos trabalhadores diante de algumas posições da Empresa, a piãozada estava no limite de suas tolerâncias Pior havia um acordo coletivo assinado, que não foi em sua totalidade aprovado pelos trabalhadores.
Como a imprensa só publicou, acredito, matérias pagas, perdeu o romantismo do movimento. Vinte e oito dias de unidade dos trabalhadores, como jamais registrado na história dos metalúrgicos. Apesar de toda pressão da Empresa e da Imprensa os trabalhadores resistiram, motivados mais pelo seus anseios do que pelos treze diretores do sindicato que conduziram com extrema sensibilidade o movimento. Assisti neste período ao menos a 4 grandes assembleias e em todas eu disse todas , os seis ou sete mil trabalhadores presentes aprovaram com unanimidade as propostas colocadas pelo grupo que assumiu a luta, a de hoje então me remontou a doces lembranças do tempo dos verdadeiros movimentos sindicais. Sou um romântico, foi lindo.
Os trabalhadores estão de volta ao trabalho com a Empresa se comprometendo a fazer um aditivo no acordo, de voltar a mesa para negociar, de rever as classificações, desvio de funções, a situação dos soldadores, e vai ter que pensar muito bem pensado pra tentar descontar um dia sequer do salario dos trabalhadores.
A unidade venceu o terror colocado por alguns, a sociedade angrense em sua maioria não conheceu a verdade dos fatos. A imprensa não esteve em tempo algum presente no coração do movimento, nem tentou ouvir os trabalhadores. Os trabalhadores lutaram contra tudo e contra todos pelos seus direitos, e com as decisões judiciais voltam vitoriosos ao trabalho, com a certeza que suas vozes serão ouvidas. (O sindicato não esteve ao lado dos trabalhadores neste movimento, nem tentou assumir o comando, fecharam literalmente as portas da sede e desapareceram). Numa dessas audiências judiciais, e foram tantas, não lembro qual, o promotor que a conduzia (não sei o termo) disse que em trinta anos de promotoria nas causas trabalhistas, aquela era a primeira vez que ele tinha conhecimento de 7000 trabalhadores parados a 16 dias numa fábrica, e o sindicato dizendo que não tinha nada a ver com isso, talvez este tenha sido o motivo pelo qual não foi dada a ilegalidade da GREVE, outro fato raríssimo.
Precisava lhe dizer amigo, políticos sempre estão pegando carona, é o jogo; os trabalhadores estão unidos mais que nunca, Brasfels no trilho.
Um forte abraço.
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12h11min. - adelsonpimenta@ig.com.br
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