terça-feira, 14 de janeiro de 2014

ÁGUA E SEUS EFEITOS SOBRE ANGRA/RJ

Olá, a Edição 168 do prestigiado jornal "@Voz", da Costa Verde fluminense já está nas bancas - e pode se esgotar logo tamanha a procura. Os assuntos que de fato ululam na cidade de Angra/RJ e região estão sendo tratados com riqueza de detalhes pelo jornal. Vá à banca mais próxima e apanhe o seu exemplar - e confira as novidades. Meu novo Artigo está publicado - e reproduzo aqui (abaixo) na íntegra.

Água - e seus efeitos sobre Angra/RJ

O Governo do Rio de Janeiro lançou um novo mapa oficial do estado, no final de 2010, quando recompôs Itaguaí e Maricá à região metropolitana, e, com isso, espremeu e reduziu o tamanho geográfico da região da Costa Verde. Angra teve perdas administrativas e institucionais consideráveis. Arrisco em dizer que foi ali que começou a investida contra a cidade. Quando a Petrobras/ Transpetro definiu em seu Plano Diretor de Logística que expandir o Tebig estava entre as suas prioridades, e o Estado desaprovou o projeto, Angra teve perda de expectativas econômicas importantes, e, talvez, pode ter começado a distanciar-se do seleto grupo de poderosos geoliticamente - status conferido pelo mercado do petróleo. À quem interessaria isso?

A expansão do Porto não depende de dinheiro e projeto, mas do licenciamento do Estado, e até o momento nada aconteceu. A construção de Angra 3 é uma realidade, mas isso se deve a uma política federal de expansão da energia nuclear; e o Estaleiro Naval (abastecido de super encomendas, principalmente por conta do pré-sal), também não depende necessariamente do Estado; além do exponencial crescimento do comércio local, o que é natural. Aliado a isso, anote a demanda já existente pela população. Aliás, a taxa de crescimento populacional de Angra está no nível das que mais crescem no país, segundo censo do IBGE, inclusive em áreas de risco. Para soluções não basta vontade, é preciso projetos e investimentos. O povo e os empreendimentos consomem água - ambos para a sua sobrevivência. O Plano Diretor de Abastecimento de Água do Estado do Rio de Janeiro, você conhece? Nem eu.

Há também um prejuízo político, diga-se, importante para a cidade e para a região, que está no fato de não haver um representante na ALERJ. Não li nem encontrei em minhas pesquisas qualquer nota sobre algum convite oficial que tenha sido formulado para que a Prefeitura de Angra tivesse - em algum tempo - um representante numa discussão qualquer do Fórum Permanente de Desenvolvimento Econômico do Estado. Em sendo um dos principais meios organizados pelo qual as autoridades estaduais discutem com governantes, lideranças e empresários sobre investimentos - onde, quanto, quando e como, pressuponho que não seja difícil essa compreensão. Os índices do ICMS, não nos esqueçamos, que a Fazenda estadual fez avaliações que prejudicaram Angra em 2013, recuperados pelo esforço fiscal para 2014. É muita jogada com a mão do Estado contra os interesses dos angrenses.

A Conspiração
Me sinto no direito de especular. A Cedae não investe na capitação, reservação e distribuição de água, faz faltar este elemento vital não só à população - o que já cria um caos, mas também faz afugentar o investidor privado. Ora, ninguém põe dinheiro em um negócio que pode falir por desabastecimento de água. O órgão ambiental do Estado, o Inea, exige outorga da água, ou seja, cria uma outra dificuldade entre as muitas já burocraticamente existentes. Os serviços de energia elétrica - pela empresa Ampla são igualmente precários. O que mais falta é infraestrutura como se vê. O projeto de duplicação da rodovia Rio-Santos não chega nunca no trecho urbano de Angra, o que cria dificuldades logísticas.

Nesse sentido, sem querer monopolizar a interpretação das coisas, penso que o Estado diminuiu o tamanho da região; pôs o dedo em riste no momento de discussão de novos investimentos privados quando, por exemplo, ameaçou criar uma APA Marinha da Baía da Ilha Grande, e, por exemplo, fez afugentar a construção da Fábrica de tubos Flexíveis, como criou um cenário desfavorável em relação aos resíduos sólidos da cidade, justamente para fazer inanir os atrativos que a região dispunha. Sabe-se lá com qual finalidade. Ao mesmo tempo, fez vistas grossas para a alteração do zoneamento e modo do uso do solo sobre uma grande reserva ambiental em Maricá, para desenvolver um megaprojeto de Terminal Aquaviário. Nada está desatrelado, é que escrever em detalhes não é coisa para artigo, mas para um livro. Há um processo sério de desindustrialização de Angra pelo Estado. Essa estratégia pode fazer água em algum instante, espero.
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09h04min.     -     adelsonpimenta@ig.com.br

2 comentários:

Marcos disse...

...E SERÁ ASSIM ENQUANTO OS POLÍTICOS DE ANGRA ESTIVEREM PRATICANDO A POLÍTICA DA VAIDADE PESSOAL, INTERESSE PESSOAL, PROJETO PESSOAL...DO TUDO PELO PESSOAL. POLÍTICA É COLETIVIDADE E SE ASSIM NÃO FOR ENTENDIDO ANGRA NÃO SAIRÁ DO PROCESSO DE RETROCESSO EM QUE FOI COLOCADO, NÃO PELO ESTADO, MAS PELOS SEUS POLÍTICOS QUE NÃO ENXERGAM UM PALMO À FRENTE DO NARIZ.

Anônimo disse...

eu acho que o dinheiro público não tem dono. Ou tem? É do povo ou não? É pro bem moral, estar e social de todos, ou não? Tá faltando a participação dos que mais precisa, o pobre e o trabalhador. Um governo sem oposição vira ditadura, vamos ficar com os alhos bem abertos e o ouvido atento. VAMOS TODOS SER FISCAL DO QUE É DE TODOS. FALOU!!! 04/02/2014