NA CIDADE DA USINA NUCLEAR, POPULAÇÃO FICA SEM ENERGIA ELÉTRICA

Ontem e hoje, (15 e 16/02), parte da cidade de Angra/RJ se viu novamente às escuras - em um período de 24 horas. Os moradores dos bairros Itinga (região do Bracuhy) e da Vila Histórica de Mambucaba, certamente com a paciência no limite, fecharam a rodovia Mário Covas (Rio-Santos). O transtorno foi inevitável. A Polícia Rodoviária Federal bem que tentou dialogar e desobstruir a passagem, mas a tarefa não foi fácil. O motivo: Falta de energia elétrica. A empresa concessionária Ampla não se pronunciou até há pouco quando escrevia neste blog.

Há prejuízos sérios acontecendo na cidade, é importante destacar isso. Há fuga de investimentos privados, apesar de todo esforço pela atração que o Governo vem fazendo. Não é simples convencer um empresário a vir para uma cidade onde não é possível garantir os substratos essenciais ao seu negócio: luz e água. São dois graves problemas em Angra/RJ, além da questão fundiária. A população tem sofrido constantemente com o desserviço da Ampla. A Prefeita da cidade foi a Agência Reguladora - Aneel e protocolou documento denunciando os problemas e cobrando providências. Até agora, nada.

Conceição Rabha, que retoma o comando da cidade após ter tirado duas semanas para descansar, volta enfrentando problemas antigos. Creio, honestamente, que a Prefeitura precisa ir ao Ministério Público Federal - MPF e provocá-lo à ação em relação ao caso. A Aneel nada faz. É perturbador saber que no país onde será sede de grandes eventos esportivos mundiais, nem da energia elétrica dê conta. O deputado federal Fernando Jordão foi a Procuradoria-Geral da República e protocolou pedido de caducidade do contrato da empresa. É improvável que alguém controle essa população se a coisa não for logo resolvida. Tá ruim e pode piorar. Onde está a responsabilidade da empresa e da Agência que regula os serviços, que fiscaliza, enfim?

A ironia é esta: A população de Angra, que possui em seu terreno a Usina Nuclear Angra I e Angra II, com Angra III em construção, que é uma fornecedora de energia, está fechando a veia artéria do Plano de Evacuação, justamente por falta de energia elétrica. A culpa é de quem? A solução cabe a quem?

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fotos: Blog Frade / Facebook Thiago Oliveira

21h24min.     -     adelsonpimenta@ig.com.br