sábado, 16 de agosto de 2014

ANGRA 3: ENERGIA E CONTRAPARTIDAS


O Governo do PT em Angra/RJ e a alta direção da empresa Eletronuclear fumaram o cachimbo da paz. Dois convênios foram efetivados, para as secretarias de Meio Ambiente e Defesa Civil do Município, segundo informam. O anúncio foi feito ao público nesta quarta-feira (14), inclui o aditamento do valor a ser repassado ao município como contrapartida pela construção da usina nuclear Angra 3. Após as negociações, comandadas pela prefeita Conceição Rabha, o valor passou de R$ 150 milhões para R$ 187 milhões e será empregado em diversas áreas.

Outros convênios deverão ser assinados após a eleição. Além do aditamento foram assinados dois outros convênios: o primeiro, no valor de R$ 8 milhões; o segundo, para a Defesa Civil, na quantia de R$ 1,9 milhão. O de R$ 8 milhões permitirá a realização de estudos de geoprocessamento do solo e georreferenciamento do município, a serem coordenados pelas secretarias de Meio Ambiente e de Defesa Civil. 
É o que informa o release da Prefeitura.
OPINIÃO

Foto da fotogaleria da Eletronuclear

Angra é Capital Nacional da Energia Nuclear, e o que isso significa na teoria não sei. O que representa na prática, faço ideia. Para a empresa, enormes desafios, um negócio certamente rentável e bastante responsabilidade. Para o município, óbvio, um empreendimento e tanto, daqueles que promovem o desenvolvimento e o progresso - faz isso com o país à partir da energia que gera na cidade, gera empregos e rende divisas; no entanto, como todo empreendimento desse porte, causa impactos.

Angra 3 é uma realidade e eu pessoalmente participei das discussões públicas sobre o licenciamento, sempre favorável. Na esteira de seu Plano de Negócios, a Eletronuclear assumiu compromissos com as cidades vizinhas também, tudo consta nas atas do Ibama, em especial na Câmara de Compensação Ambiental. Fez acordos institucionais com o Governo passado, além das compensações obrigatórias, e os valores num todo ultrapassaram a casa dos R$ 300 milhões, salvo engano, à serem pagos em parcelas, desembolsados por projetos.

O fato é que as obras prosseguem e a Prefeita da cidade, Conceição Rabha, foi forçada a alguns contratempos nas negociações com a empresa, friccionou na dose certa e fez pesada gestão política, sem abrir mão de um diálogo institucional interessante. A conversa foi boa, o resultado nem tanto. Apesar das justificativas da Eletronuclear, havia certa embromação na jogada. O retorno de Leonam Guimarães, que saiu da empresa para assumir uma diretoria na Amazul, mas voltou para a Eletronuclear, reconheça-se, foi fundamental para desobstruir os canais de diálogo e avançar nas soluções.

O anúncio é importante, as parcelas serão desembolsadas, creio, mas é preciso haver comprometimento - de ambas as partes, para que as coisas não emperrem na primeira pendência burocrática com os procedimentos administrativos. A Prefeitura, segundo disse a prefeita, tem projetos técnicos bem elaborados, capacidade de execução e fiscalização, portanto, mãos à obra. A cidade ganha muito com isso, tenho certeza, mas que fique claro que a Eletronuclear não faz qualquer favor, cumpre o que determina a lei e com o que havia se comprometido oficialmente. 

É a minha modesta contribuição
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00h10min.      -      adelsonpimenta@ig.com.br 

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