terça-feira, 20 de dezembro de 2016

ORDENHA JORNALÍSTICA POR UM CARGO COMISSIONADO

Sobre o Jornal Maré


Nas pesquisas de mídia que tive acesso este é o jornal menos lido e mais ignorado pelo leitor de Angra dos Reis-RJ, mas, eu respeito o trabalho da imprensa independente do seu alcance. Mas, esse semanário, por exemplo, chegou a parodiar um trecho de uma música popular para estampar em sua capa uma ofensa contra a prefeita da cidade chamando-a por "Ah Safada", aludindo isso ao que sindicalistas cantavam durante uma paralisação.

Um tipo de jornalismo que ofende para informar. Em momento algum propôs painéis de discussão sobre as agendas públicas, sobre a busca do equilíbrio entre receitas e despesas, nem mediu o nível de conhecimento de seu leitor acerca de tais temas para substanciar suas pautas e quem sabe até sugerir debates. A opção foi sempre pela grosseria e invencionices - daquelas que fabricam notícias.

O grupo político que assumirá em janeiro herdaria praticamente a mesma estrutura organizacional que criou e deixou à sua sucessora, mas, contando com uma transição democrática da atual prefeita, encaminhou e teve aprovado pela Câmara de Angra um novo desenho administrativo.

Não há publicamente nenhuma planilha orçamentária demonstrando se haverá redução de custos, tampouco qual impacto sobre as atividades que perderão o status de secretaria. Mas, por óbvio, para tentar envernizar o novo modelo, este jornal se apressou em acusar uma economia de R$ 30 milhões anuais. Números inventados ao gosto do freguês. Se não, onde está o Estudo que demonstra isso?

No caso da Decisão judicial sobre a Ação Civil Pública de autoria do Sindicato dos Servidores Municipais de Angra - o Sinspmar pelo arresto das contas do Angraprev para pagar as folhas em atraso do funcionalismo, o editorial fez ordenha jornalística para debitar o que considera louros políticos da Ação ao prefeito eleito Fernando Jordão. Não quero crer sequer que o próprio político tenha apreço por essa patolada.

Especula-se que o diretor proprietário do jornal será um secretário do novo Governo, o que não deveria se sobrepor a seriedade que um jornalismo comprometido com a narrativa dos fatos requer.

O Maré perdeu a oportunidade de se dedicar a ouvir especialistas, o que seria mais pedagógico neste caso, sobre as implicações, riscos e cuidados com uma operação dessa natureza. A crítica teria mais valor se compreendesse esse tipo de abordagem que elucida e não inventa, em meu entendimento.

É lamentável que seja assim que alguém esteja cavando uma nomeação para um Cargo Comissionado. Não me surpreende, no máximo intriga sobre o tamanho dessa dependência.

É a minha opinião, com todo respeito aos que pensam diferente.
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14h33min. - adelsonpimentarafael@gmail.com

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