O filho da irmã CÉLIA foi assassinado ontem. Ela é moradora do bairro Nova Angra, onde ocorreu o crime, em Angra dos Reis. Ela é evangélica desde há muitos anos, congregando num dos Ministérios Eclesiásticos do município tendo, inclusive, o seu marido como membro do corpo ministerial. No entanto, embora tenha dedicado a sua vida na construção de uma plataforma conjunta com a igreja em busca do resgate social e cristão de incontáveis pessoas, esse momento de tristeza não poderia ser pior. Ou não.
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Quando tudo parecia ter desabado, veio o inesperado. O pastor, representante da direção ministerial, foi à sua casa -local que serve espontaneamente de extensão da igreja para oração em favor dos muitos que ali procuram a respeitada mãe- e disse textual e inacreditavelmente à honrada famíla da Irmã CÉLIA que "o corpo do jovem assassinado, seu filho, não poderia ser velado na igreja onde ela congrega por que o rapaz não era membro, conforme determinação do Presidente", disse. "Isso, minha irmã, é por uma questão de ÉTICA. A Senhora entende, não é?", finalizou. Ele não tergiversou, foi enfático e direto no âmago da questão.
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A nobre Irmã CÉLIA, não acreditando em tamanho acinte, retrucou: "Eu estou cansada dessa ética dos homens. Meu filho está morto. Há anos tenho dedicado a minha vida à essa igreja, e não percebo qualquer consideração- ao menos por mim e minha pela minha dor de mãe. Sendo assim, eu e minha família não mais contribuiremos com esse ministério, adoraremos a DEUS noutro lugar que -ao menos- respeite a minha dor, ao invés de se preocupar com essa tal de ética".
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Pude presenciar vários outros pastores de outros tantos ministérios dos quais ela não é membro oferecendo o espaço de suas igrejas para o velório de seu filho, em respeito a sua história com o evangelho e por a sua dor- que é intranferível e está acima de tal ética, verdadeiramente.
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Por fim, provavelmente alarmado pelas vozes das ruas que contestavam veementemente essa besteira descabida, denominada de ética, o Pastor representante foi até a delegacia e, ao se encontrar com a família -que aguardava a liberação do corpo, disse ter reconsiderado a decisão "ética", abrindo a igreja para o velório do filho da Irmã CÉLIA.
OPINIÃO
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26/01/09
16h22min.