CRÍTICA ANALÍTICA
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Duas matérias extremamente relevantes, talvez até mais do que a nossa própria imaginação possa alcançar, estão me tirando o sono. Honestamente falando. Uma é a questão envolvendo as contrapartidas da Eletronuclear- por conta de Angra 3, e os possíveis royalties da energia nuclear- que estão na agenda do governo, acertadamente. Outra é sobre o petróleo e suas implicações, vide o caso do Pré-Sal. A meu ver, smj, o governo angrense está procurando os caminhos certos para equacionar a dívida social do complexo nuclear com a cidade de Angra dos Reis, entretanto, receio estar errando a mão ao tratar do assunto petróleo e gás. Nesse segundo item, diria até com certa margem de tranquilidade- estar havendo vergonhoso amadorismo, ou desinteresse. A crítica é um pouco ácida, eu sei- mas é necessária. A PETROBRÁS tem uma capacidade gerencial e técnica de fazer estabelecer e impor os seus desígnios que, para ser confrontada, indubitavelmente se faz necessário conhecimento técnico-científico e suporte político de peso considerável. A questão do Pré-Sal está -sabidamente- sendo direcionada para as cidades do litoral norte paulista, entre as quais, Caraguatatuba (onde será feita a tancagem do gás, onde uma gigantesca área já foi comprada, ao lado da fazenda Serramar), São Sebastião (onde a Petrobrás está negociando a compra de imóveis de todo um bairro chamado Itatinga, sob a alegação de haver contaminação na água, mas que eu desconfio ser a reserva de espaço para a expansão dos tanques de armazenamento de petróleo)- além do Porto que está recebendo investimentos pesadíssimos na sua ampliação e modernização, e Ilhabela (por onde -inexoravelmente- terá de passar a tubulação por onde será escoado o produto).
Quanto a cidade angrense, que está -segundo o EIA-RIMA da empresa- na área de influência indireta do empreendimento (motivo pelo qual acuso descuido ou falta de força política, pois deveríamos já ter feito com que o IBAMA promovesse uma Audiência Pública aqui, na cidade), me perdoem os otimistas de plantão, mas o que a PETROBRÁS apresentou até agora tem servido de combustível para alimentar esperanças vãs, tão somente. Assim, creio ser preciso a união de todas as forças angrenses, capitaneada pelo governo municipal, para emparedar a empresa nessa discussão. É disso simplesmente que venho falando. Falta pragmatismo. Ou seja, enquanto os angrenses vão se conformando com as pílulas de calmante dadas pela PETROBRÁS, outras cidades estão com essa questão na ponta de suas agendas. Isso, sinceramente me preocupa. E mais, o custo do progresso, pode ser justamente uma demanda extemporânea -por conta de possíveis desarranjos não previstos no Plano Diretor de Logística da PETROBRÁS, que , então, poderá fazer da cidade angrense o seu quintal de mixórdias operacionais. Reflitam, viajem, façam contatos e, se eu estiver exagerando na dosagem, retirarei tudo o que estou alertando.
17/03/09
16h10min.
adelsonpimenta@ig.com.br