quinta-feira, 11 de julho de 2013

"ACUPUNTURA DE GOVERNANÇA" EM ANGRA

Vi certa semelhança entre a técnica médica oriental da acupuntura com a gestão pública em Angra. Tratamento e prevenção de doenças são realizadas pelo procedimento mais adotado no mundo atualmente, que consiste basicamente na penetração da pele por agulhas metálicas muito finas e sólidas, manipuladas manualmente ou por meio de estímulos elétricos. Li que a acupuntura busca a recuperação do organismo como um todo pela indução de processos regenerativos, normalização das funções alteradas, reforço do sistema imunológico e controle da dor. Nada mais perfeito para efeito de comparação.

Óbvio que esta foto não se refere a técnica citada, 
é só uma forma de ilustrar com uma pequena dose de ironia este contexto.

Pois bem, tal qual a acupuntura, Angra é tido nesta redação como fosse um corpo doente, e o Governo da prefeita Conceição Rabha do PT como o médico que precisa tratar algumas partes e prevenir outras para que outras doenças não incidam e agravem sua situação clínica. Vou dividir as coisas como sendo o Governo e sua estrutura as artérias da cidade, e o setor produtivo e sua população - as veias. Mas, para que entendam minha leitura,  as artérias são os vasos que levam o sangue bombeado pelo coração e as veias são os que trazem o sangue em direção ao coração, simplificando.

Há informes de ter havido um perigoso ensaio de redução de períodos no atendimento de algumas Unidades de Saúde de Bairros, dito por jornalistas e reclamado por moradores, negado pelo gestor público da pasta. Na mesma artéria, alugou-se um Hospital privado para torná-lo público, com custos questionáveis, visto ter havido uma decisão ideologizada de municipalização do Hospital da Japuíba com custos de manutenção proibitivos aos cofres municipais - e para o qual se anuncia uma suposta parceria com o Governo federal que assumiria parte dos custos, enquanto os equipamentos caríssimos inutilizados vão perdendo os prazos de garantia. Falta médicos, remédios e suprimentos. Enfim, uma agulhada aqui.

Entre as muitas veias doentes deste corpo, diria que: a informalidade profissional; famílias inteiras em áreas de risco e desprotegidas; promiscuidade trabalhista na relação da empresa dona do estaleiro naval - que detém benefícios tributários para, entre outras coisas, gerar emprego e formar mão-de-obra na cidade, com os trabalhadores, no que ficou conhecido como ficha suja e restrições com idade; mais da metade da cidade com insegurança fundiária, o que impossibilita a obtenção de crédito imobiliário; baixa captação turística, considerando a potencialidade da cidade, os recursos disponíveis e a vocação natural - conforme constatação na elaboração do Plano Diretor Municipal; e várias outras questões pertinentes. Uma outra agulhada aqui.

É importante entender essa diferença entre artérias e veias para compreender a maioria das doenças e a função de cada um no organismo. Descobrindo onde é a doença, mata-se as suas possíveis complicações, suas causas e seus sinais e sintomas. A cidade tem demandas consideráveis e não imputo aqui a "culpa" dessa enfermidade a Prefeita, mas é de sua responsabilidade atualmente a aplicação acertada das agulhas da "acupuntura de governança". É claro que fiz essa comparação sem maiores conhecimentos médicos, mas só para chamar a atenção de que não são os discursos que resolvem problemas. Para um corpo doentio, neste caso, são as ações práticas de se pôr as agulhas no ponto certo que trarão as soluções. O corpo pode demorar para se recuperar, mas é o processo que lhe trará os benefícios da plea restauração. Não se trata de uma simples agulhada aqui ou ali, é preciso que seja aplicada no lugar certo, já que o corpo (Angra) está em suas mãos. 
É mais ou menos isso.
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10h55min.     -      adelsonpimenta@ig.com.br

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