segunda-feira, 8 de julho de 2013

RELAÇÃO POLÍTICA DO GOVERNO DO PT EM ANGRA

Não importa de que lado do balcão você esteja neste momento político pelo qual passa a cidade de Angra, a leitura crítica com o menor grau de erro deve ter a tendência lógica de que o menor dos problemas da prefeita petista da cidade, Conceição Rabha, devia ser com as relações institucionais e políticas com a Câmara Municipal. Mas, avaliando as coisas em seu estado mais natural, não tem sido bem assim.

Você, caro leitor, poderia até me perguntar, não sem razão: Mas, por que este governo não devia ter tantos atritos nessa relação? Ora, em bom raciocínio isso não seria anormal. Eu avalio que o fato de ter 3 ex-prefeitos intrinsecamente ligados ao suporte de sua gestão, sendo que um ocupa o cargo de Governo, Neiróbis Nagae, não devia haver ruídos - não nessa área. Ora, convenhamos, o interlocutor à quem a prefeita mais estatiza seus ouvidos é o deputado Luiz Sérgio - que não bastasse ter sido prefeito da cidade, foi Ministro de Estado justamente das Relações Institucionais. Caiu, mas fez a Dilma chorar. Nessa toada, não cabe análise diferente, penso eu: A relação é ruim, devia ser melhor, e pode piorar. E tem mais, Conceição precisa imprimir sua digital e para isso não pode deixar que a imagem de Luiz Sérgio se sobressaia a sua, pode soar tutela e isso tiraria dela a condição de fazer acordos sem que sejam afiançados por ele. Não seria bom pra ninguém.

O presidente da Câmara, Jorge Eduardo, não tem relações das mais amistosas - e isso não foi devidamente calculado pela prefeita. Ele o é porque Ela o quis assim. Dessa forma, não há à quem cobrar - essa conta é dela, é preciso articular. O peemedebista já adiantou que será candidato a Prefeito em 2016, e essa é outra equação que não fecha. Ora, ele é do PMDB e por lá o deputado Fernando Jordão tem prioridade. Se as pretensões de ambos e outras que surgirem forem levadas à voto internamente, o ex-prefeito leva. Há leituras de que Jorge pode sair do partido pela porta da frente, abrindo mão do mandato, ou sendo expulso, mas, neste caso, os suplentes reagirão. O fato é que a prefeita Conceição ficou no meio disso tudo - e perderá lastro nas negociações se tiver uma ação de independência ou oposição do presidente da Casa. Por lá, não nos esqueçamos, nenhuma das principais Comissões é de seu grupo de origem. Ela, mais do que nunca, precisa de articulação.

Muito bem, para ter o mínimo que lhe garanta governabilidade, precisa de maioria simples no atacado, e negociar no varejo quando a matéria porventura exigir mais votos. E isso sem ferir a ética ou tornar a relação política num viés promíscuo. Além de dispor do apoio de 3 ex-prefeitos, Conceição foi vereadora e devia conhecer melhor os atalhos políticos da Câmara. A situação financeira da prefeitura não é das melhores, mas, mesmo assim está anos-luz das piores situações vividas pela maioria das prefeituras no país. Para alojar no consciente crítico coletivo algo mais que o discurso, ela precisa gerir a máquina pública - e tem feito isso com sua equipe, que aliás sofre pesados questionamentos dos críticos, e ter uma relação política com os vereadores que não lhe tirem o objeto de sua campanha, a "mudança". O governo do PT em Angra precisa se relacionar.
-
21h59min.    -    adelsonpimenta@ig.com.br 

Nenhum comentário: