segunda-feira, 12 de agosto de 2013

ANGRA: EM ENTREVISTA, PREFEITA DO PT ABRE O JOGO

Li há pouco no Facebook uma postagem do competente jornalista angrense Jesiel Ferreira Lucas, em que reporta - em dose acertada de escrita - uma prosa que teve com a prefeita de Angra, a petista Conceição Rabha, em que a mesma assegura que fará uma mexida em sua equipe de governo, mas, um detalhe não escapou da observação clínica do repórter - que foi a guinada no discurso da primeira mandatária da cidade. É sobre isso que quero falar um pouco.

Com pouquíssimo tempo de governo - e em meio a um turbilhão de coisas, a Prefeita de Angra foi instruída, sabe-se lá por qual cabeça entre seus assessores, a conceder 3 entrevistas coletivas - e em todas a abordagem foi sobre fatos negativos. Um erro de condução dos trabalhos, sem dúvida. Nas conversas que teve com jornalistas e nos eventos políticos de Prestação de Contas, terminou manjado e cansativo o olhar pelo retrovisor. A população, o eleitor que a elegeu, creio eu, esperam novidades e não as mesmices ou desculpas para isso e àquilo. Por óbvio que em algum momento a realidade teria que ser posta em seu tamanho natural, não há nada que impeça isso nem estranhezas causam, mas a insistência em culpar o antecessor, em detrimento de abordagens mais específicas sobre ações proativas do Governo, desgasta. A leitura simplista, mas desacompanhada de qualquer medidor científico confiável neste momento, é a de que há uma crescente rejeição ao Governo. Mas, observem, nada que esteja exatamente fora dos eixos, a prefeita tem tempo e estrutura para alterar as coisas e finalmente colocar sua digital no comando da cidade. Mas, para isso, como praticamente todos que se manifestam já perceberam, Agora é Ela quem assume ser preciso mexer no seu staff. E ela fará, segundo disse ao jornalista. Que bons ventos a tragam à essa realidade. A paciência do cidadão também se esvai e, normalmente, antes que a dela com seus subordinados. 

Há desafios imponentes à agenda municipal. O projeto de ampliação do Porto da cidade está atrelado ao seu licenciamento que cozinha no forno do Estado, nas mãos do secretário petista de Ambiente, Carlos Minc. Se é ou não uma prioridade ou o foco do Governo municipal em manter o porto sob esta bandeira, é algo que precisa ser assumido. Não há como manter interesses econômicos de tamanha grandeza, camuflados. As bravatas dos empresários do estaleiro naval (falei sobre isso em postagem anterior), é outra vertente que precisa ser dialogada. A que custo tem se mantido a isenção dos benefícios fiscais à empresa? Essa revisão pode inclusive não significar necessariamente alterações na forma, mas abre-se uma janela para se institucionalizar as condicionantes - com atualizações que podem e devem ser feitas pelo seu governo. Há uma demanda crescente urbanística, a necessidade custosa de uma ampla rede de proteção social, a busca por incrementos nas políticas públicas estruturantes e de classes, pois há o desafio de se elevar os indicadores de gestão sobre a qualidade de vida na cidade. Por conta disso, Conceição Rabha apalavrou com o eleitor uma "mudança". Questões como os resíduos sólidos urbanos, moradia popular, captação, reservação, abastecimento, distribuição e tratamento da água, cobertura de saneamento básico, enfim, dispositivos que alteram a qualidade de vida na cidade precisam de gestão capacitada. Tebig, turismo, comércio, entre tantos outros assuntos que carecem de gente capacitada para fazer as coisas andarem. É nessa toada que li e compreendi a entrevista da prefeita ao jornalista Jesiel.
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15h22min.     -     adelsonpimenta@ig.com.br

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