sábado, 10 de agosto de 2013

CABRAL EM ANGRA ANUNCIA COMO NOVO O QUE DEIXOU DE FAZER


Oi, cá estou novamente, com um olhar mais crítico que elogioso sobre as últimas na cidade. Com todo respeito ao setor de comunicação da Prefeitura de Angra, mas nem todo seu esforço em banhar de ouro a imagem do Governador, à mim não convence. A visita de Sérgio Cabral a Angra nesta sexta-feira (9) tem um sentido importante por se tratar de uma agenda oficial e, principalmente, porque há assuntos que urgem à cidade e também no sentido prático do anúncio feito pelas obras de contenção, mas é tudo mais do mesmo, ou seja, promessas novas para coisas velhas. 



Há erro, no site da Prefeitura está escrito que o Governador liberará R$ 20 milhões, enquanto no site do Estado diz que há investimentos e que os valores são de R$ 19 milhões.

O fato é que, acuado por pressões políticas e manifestações populares e sociais constantes na capital do estado e tendo de fazer alicerce para que o desmoronamento da avaliação popular sobre seu governo não destrua a estrutura alinhavada para campanha eleitoral de seu vice, o Pezão, o governador vem ao "interior", talvez para ver se amarra as pontas desse processo. Mas, não posso deixar de registrar a sua dívida de governança com a cidade. Ora, pois. Venhamos e convenhamos, Sérgio Cabral convidou a cúpula do governo angrense na gestão municipal passada para uma cerimônia no Palácio do Governo que contou com a presença, entre outros, do Cônsul da França e do Presidente da empresa arrendatária do Porto de Angra, Technip. Lindo evento, acreditamos nele. No dia da entrega dos apartamentos da Glória às famílias vítimas das áreas de risco, Cabral chegou com atraso e não falou com a imprensa, simplesmente porque sua manhã foi atarefada em tirar a empresa de tubos flexíveis de Angra e entregar aos negócios do empresário Eike Batista. Faça-me o favor. Além disso, não nos esqueçamos da desfaçatez com que agiu sobre o projeto de ampliação do Tebig. Conversa fiada em tempos difíceis para ele.



Não escrevo com bronca política, isso é menor, mas sobre o destrato desse governador com Angra. A prefeitura, sob a gestão do ex-prefeito Tuca Jordão, investiu praticamente a mesma coisa que a União e o Governo estadual juntos na recuperação da cidade, mesmo sendo o elo mais fraco dessa aliança. Quando a página oficial do estado anuncia que foram R$ 129,5 milhões investidos na cidade, negligencia com a verdade quando esconde a participação do Governo federal nesse montante. Para a construção dos 800 apartamentos foram R$ 80 milhões, e o restante para obras de contenção. A Prefeitura investiu mais de R$ 100 milhões sozinha, teve que ceder R$ 10 milhões de contrapartida exigida por Sérgio Cabral, até que a queda do ICMS pela Justiça fizesse desabar a pretensão de concluí-las. Fora isso, contabiliza-se mais de R$ 20 milhões que o Município gastou amparado as famílias com o programa de aluguel social; portanto, o que Cabral veio anunciar não configura novidade alguma, pelo contrário, devia ser responsabilizado pelo omissão institucional, o Estado falhou. Desculpem a acidez, mas essa farsa e o marketing cansam.



Quando a 'nota' da Prefeitura diz que as obras de contenção - desde a tragédia de 2010 encontravam-se paradas e que a vistoria do Governador e os investimentos anunciados foram pela sua retomada, conta meia-verdade. Faltou na redação dizer que as obras paradas são justamente as que ficaram sob responsabilidade do Governo do Estado. Outra coisa, não vou deixar de abordar aqui, é que a Prefeita da cidade, Conceição Rabha herdou um problema, mas foi eleita para dar soluções, portanto, espero que tenha falado sobre os rompantes discursivos e bravatas do Presidente da Cedae em relação ao seu negócio em Angra, já que a operadora está com concessão vencida, continua cobrando pelo fornecimento de água, cadastrando o munícipe na dívida ativa do Estado, caso não pague, deixou um déficit de investimentos que assusta, equipamentos sucateados, não trata a água como determina a legislação e ainda quer cobrar por um ativo que mais parece uma massa falida na cidade para permitir a encampação. É isso, desculpem o desabafo, mas o Sr. Sérgio Cabral que não pense que está lidando com idiotas que moram na província, pois sob a sua gestão Angra só tem perdido, posto no atraso e, quando não, fica sob ameaças de medidas restritivas que se tornam proibitivas para novas investimentos privados e públicos na cidade, como é o caso da malfadada APA Marinha Estadual da Baía da Ilha Grande.

Muita lorota pré-eleitoral do Governador e sua caravana. Reconheço o esforço da Prefeita da cidade em busca de maior atendimento do Estado, mas soa ridícula a nota oficial da prefeitura querendo fazer parecer uma coisa que não é. Quando não tem o que falar, ao invés de forçar a barra, como foi o caso agora, é melhor traduzir nas letras as ações concretas e as articulações da Prefeita, que tentar banhar de ouro a imagem maculada do Governador com os interesses econômicos e urbanísticos de Angra. 
É o meu entendimento.
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